ANGRA DOS REIS
O Teatro Municipal Dr. Câmara Torres recebeu admiradores, amigos e familiares de Laura Nascimento de Mello, carinhosamente conhecida como Dona Laura, na homenagem organizada especialmente para a primeira edição de 2024 do Projeto Angra Salva Sua Memória.
A iniciativa é um reconhecimento em vida para angrenses de nascimento ou de coração que contribuem à memória cultural da cidade por meio do trabalho, da arte e da dedicação a Angra e seu povo. Tudo isso, impulsionado pelo amor dos envolvidos na ação.
“É uma honra muito grande. Quando soube que ia receber essa homenagem, senti que ainda existe amor, que muitas pessoas por aqui seguem propagando esse sentimento e dividindo com o próximo”, conta Dona Laura, ao mesmo tempo em que observa fotos de sua trajetória espalhadas pelo teatro.
Nascida e criada em Angra, Dona Laura é costureira e professora, e até hoje dá aulas na Japuíba. Na Festa do Divino Espírito Santo, fez as roupas do imperador e seu séquito, foi brincante e responsável pelo tradicional almoço, junto com o afilhado Alonso de Oliveira, idealizador do evento tão importante para a memória da cultura angrense. Em 2024, ela confeccionou a vestimenta das Pastorinhas, festa folclórica resgatada pela Prefeitura de Angra após 20 anos sem acontecer.
“Dona Laura faz teatro, tem um projeto social lindo junto à Igreja Católica, faz as roupas folclóricas de eventos, como a Festa do Divino, e já viajou para vários países representando o município. É um orgulho para a Prefeitura de Angra homenageá-la”, declara o secretário de Cultura e Patrimônio, Andrei Lara.
Católica fervorosa, Dona Laura faz parte do movimento de cursilho de cristandade, tendo se formado em Aparecida do Norte. É a mais experiente da Diocese de Itaguaí e pertence ao Apostolado da Oração desde os 16 anos de idade. Também faz parte, há mais de 30 anos, da Pastoral da Mulher, que ajuda mulheres em situação de miséria e vítimas de violência doméstica em uma área que abrange de Angra a Seropédica.
Em 2000, foi escolhida pelo saudoso Frei Pedro para representar a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição na Itália, em comemoração aos 2 mil anos de Jesus Cristo, ao lado de pessoas vindas do mundo inteiro. Também esteve na Argentina, onde participou do Fórum Mundial Social. Uma angrense cidadã do mundo que alguns têm o privilégio de chamar de mãe.
“Estou muito feliz por poder participar desse evento, principalmente porque minha mãe está recebendo essa homenagem em vida. Espero que outras pessoas também possam ter esse privilégio”, ressalta o soldador Luís Cláudio Nascimento, de 50 anos.
Atualmente, Dona Laura também representa a Pastoral da Mulher no Comitê de Mortalidade Materna, Infantil e Fetal do Mundo, além de ser titular na Economia Solidária no Conselho Municipal de Mulheres. A homenagem oferecida ao reconhecimento de sua atuação em temas importantes não faz com que ela esqueça de que ainda há muito a fazer.
“Minha memória está boa. É como se fosse um computador, com tudo registrado”, conclui Dona Laura, sorrindo, pronta para o futuro.