BARRA MANSA
Faltando 20 dias para o Natal, muitos consumidores já estão atentos aos preços dos produtos que não podem faltar à mesa, nesta época do ano. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o preço médio da cesta com produtos típicos registrou alta de 8,9%, em 2023, em comparação com o ano passado, bem acima da inflação acumulada em 12 meses (4,82%), Em Barra Mansa, comerciantes do ramo e consumidores também observaram esse aumento e, em entrevista ao jornal A VOZ DA CIDADE, apontaram os produtos que prometem ser os vilões da cesta natalina.
De acordo com o gerente de uma rede de supermercados que está preparando o estoque para o período de festa de fim de ano, Jairo de Souza, o azeite é o produto que pode ser considerado o que teve o maior aumento, nas últimas semanas. O produto, segundo ele, sofreu um reajuste de cerca de 10% a 15%, dependendo da sua marca de importação. “Com certeza esse vai ser um dos grandes vilões. Hoje, na nossa gôndola, temos produtos de R$ 19,90, mas as marcas tradicionais chegam a R$ 35 e temos um importado que está R$ 52,99”, ressaltou o gerente, ao destacar que, mesmo com preço alto, assim como acontece na Semana Santa, a aposta é de grande procura do produto.
Assim comp o azeite, Souza cita o preço de outro item que, segundo ele, também tem assustado os consumidores, que é o arroz tipo 1, hoje custando R$ 29,90. A alta do produto, principalmente por também compor a cesta básica tradicional, tem pegado muita gente de surpresa. “Os cereais como o trigo e o arroz subiram de preço em função dos problemas com a chuva que os produtores enfrentaram há alguns meses. Não vejo a possibilidade de queda no preço do arroz porque eles tiveram muitas perdas de grãos. E para se ter ideia do quanto subiu, há cinco meses o mesmo arroz de R$ 29,90 eu estava vendendo a R$ 16,90. Hoje, isso é impossível”, comparou.
Já outros produtos, como as tradicionais aves, incluindo ave chester e peru e os processados como o tender suíno, o gerente aponta que o aumento foi de cerca de 5%, com relação ao ano passado. São itens que, segundo o gerente, têm marcas e preços variados, podendo se adequar de acordo com o orçamento das famílias. “Esses produtos tiveram alta, mas acreditamos no aumento de até 10% nas vendas porque muitas empresas compram para dar de presente para os seus funcionários. Tem chester tradicional custando R$ 31,99 o quilo, peru a R$32,49 e tender o tender a R$ 44”, disse Souza, que com relação às frutas secas como a castanha, nozes e avelã também espera um aumento de 5% no preço final para o consumidor.
Sobre aos panetones, o gerente ressaltou que o reajuste também foi de cerca de 5% e que o produto pode ser encontrado com preços que a partir de R$ 10, de marcas mais populares. “Podemos afirmar que é um dos produtos que mais vende nesta época e, que inclusive, já está saindo na frente há semanas antes do Natal”, disse ele.
Preços assustam consumidores
O comerciante Luiz Reinaldo de Almeida, de 50 anos, que fazia suas compras na manhã desta segunda-feira, 4, disse ter se assustado com o preço do azeite encontrado nas prateleiras. E para antecipar a lista para o Natal, aproveitou para comprar umas garrafas do que havia encontrado na promoção, no valor de R$ 32,99. “Na verdade tudo esta caro, mas o azeite aumentou muito nas últimas semanas. Eu gosto de aproveitar as ofertas do fim de semana, mas nesse não conseguir vir ao mercado e estou aproveitando para comprar o que encontrei mais barato. Vou levar os azeites porque, mesmo estando caro, é um produto que não tem como ficar de fora da ceia”, disse.
A cozinheira aposentada Maria Libania Dias, de 67 anos, trabalha com encomendas de pratos especiais de Natal e também está preocupada com o preço de alguns produtos que, segundo ela, são indispensáveis para compor alguns pratos. Além do azeite, ela cita o aumento do preço da cebola, que está variando de R$ 6 a R$ 8, das aves, do bacalhau e também do arroz. “Confesso que fiquei assustada porque o arroz, por exemplo, eu não esperava que estivesse tão caro assim. E, embora seja um acompanhamento, não pode faltar na ceia. O bacalhau, que no ano passado eu paguei cerca de R$ 80, agora está custando quase R$ 100 e ainda vem acompanhado do azeite, que está R$ 35 a marca que gosto de usar e que, realmente, tem o sabor para fazer a diferença no prato”, reclamou a cozinheira.
Pesquisa de preços para pagar menos
De acordo com o gerente do Procon, Felipe Goularrt Fonseca, o órgão está fazendo um levantamento da média de preços de produtos que compõem a cesta natalina, em diferentes estabelecimentos da cidade, que será divulgada no município nos próximos dias. Mas, enquanto esses dados não ficam prontos, ele orienta que as donas de casa fiquem atentas às promoções de encartes dos supermercados da cidade, onde já se pode encontrar alguns itens com preços mais acessíveis. “O segredo de comprar barato é conhecer o produto que está sendo comprado e qual é o seu preço real. Sugiro que as donas de casa já iniciem uma pesquisa de preço e que não façam compras em um único estabelecimento. O ideal é ir acompanhando as promoções, principalmente pelos encartes que são enviados até pelo Whatsapp. Quem pesquisar mais vai pagar mais barato neste Natal, mas quem quiser praticidade de comprar em um só local, com certeza vai pagar mais caro”, finalizou o gerente.