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CSN informa ações para amenizar a curto prazo o pó preto em Volta Redonda

Por Carol Macedo
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VOLTA REDONDA

O pó preto da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) há anos incomoda a população e agora está mais em evidência com diversas autoridades cobrando soluções e manifestações populares. E como parte de ações visando a melhoria da qualidade do ar, estão sendo produzidos em São Paulo as peças e equipamentos que permitirão a modernização da Sinterização 2 (Sinte-2), visando o cumprimento do TAC Ambiental até 2024. Além disso, a companhia informou uma novidade: a instalação de sistemas de criação de névoa artificial, ou seja, canhões de névoa, que controlarão de maneira mais eficaz poeira e odores. Isso deve chegar em Volta Redonda até o fim de agosto deste ano.

Também a curto prazo, a CSN informou nesta sexta-feira, que iniciará o processo de implantação de máquinas novas e automatizadas de varrição e sucção para os pátios, onde há maior chance de acúmulo de pó. Se comprometeu ainda com a Prefeitura de Volta Redonda a adquirir novos canhões de água para evitar o levantamento de poeira em situações em que há aumento da frequência de ventos fortes na cidade, por exemplo.

Os canhões de névoa citados criam uma espécie de campo de proteção nas áreas mais sensíveis. Se assemelha a uma turbina de avião e funciona pelo lançamento de uma névoa úmida, a uma distância entre 50 e 150 metros, sobre pilhas e demais potenciais fontes de emissão fugitiva de material particulado. Essa névoa artificial evitaria disseminação de partículas, que geram o pó preto.

Esse canhão é usado em todo o mundo para controlar de maneira mais eficaz a poeira e odores em indústrias.

SINTERIZAÇÃO

As peças e equipamentos que permitirão a modernização da Sinterização 2 estão sendo produzidas pelo Grupo Monto Ambiental, em Sertãozinho, no interior de São Paulo. A previsão é que esses primeiros equipamentos sejam remetidos em breve para Volta Redonda. A montagem está prevista para ser feita até agosto de 2024.


Isso significa a parte mais onerosa do cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado pela CSN com o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea) em 2018. A empresa teria até 2024 para cumprir essa etapa. São 35 ações previstas no TAC, duas delas serão responsáveis por resolver o problema das partículas de pó preto que, frequentemente, são lançadas na atmosfera pela siderúrgica. A instalação de equipamentos modernos de controle da emissão nas sinterizações e o enclausuramento das correias que transportam materiais particulados no interior da Usina irão impedir o lançamento das partículas do pó preto.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

 

 

 

 

 

As peças em construção são de grande porte, como quase tudo que envolve o setor de sinterização da CSN. O contrato prevê investimentos de quase R$ 250 milhões na construção dos equipamentos. Estão sendo produzidos pelo Grupo Monto novos dutos de entrada e saída do precipitador primário, que também ganhará um novo defagulhador (que funciona como um pré-coletor de material).  A sinterização secundária receberá novo “filtro de mangas” e uma nova rota de dutos de captação.

O prefeito de Volta Redonda, Antonio Francisco Neto, e o deputado estadual Munir Neto, repassaram a informação sobre a construção das peças pelo Grupo Monto. Munir, recentemente conseguiu anunciar com o vice-governador, Thiago Pampolha, a liberação das licenças para a realização de obras no interior da UPV.  “A população de Volta Redonda não aguenta mais sofrer com a falta de qualidade do ar e por isso estamos em campo para tentar que o TAC seja cumprido o mais rápido possível. Após verificar a questão das licenças, fomos em busca de informações sobre os próximos passos para o cumprimento do acordo. Conseguimos as fotos e relatórios do que está e do que ainda será feito. Vamos acompanhar e fiscalizar tudo, mas com pro-atividade, sempre em busca de soluções”, disse Munir.

O prefeito Antonio Francisco Neto afirmou que a prefeitura tem feito a parte que cabe ao poder público municipal na questão envolvendo a CSN.  “Nós queremos ver a CSN produzindo muito mais e poluindo muito menos. A gente sabe que isso é possível e esses equipamentos são um passo importante para que isso se torne realidade. Eu, assim como todos nossos moradores, queremos ver isso na prática o mais rápido possível”, disse Neto.

Névoa que é criada com o canhão – Foto: Divulgação

Presidente da Câmara de Volta Redonda se reúne com diretoria da CSN

Nessa semana, o presidente da câmara, Paulo Conrado esteve nessa semana com diretores da CSN. Ele foi recebido pelo novo diretor executivo Alexandre Lyra, e demais diretores da siderurgia. O motivo do encontro foi cobrar providências e informações sobre o tão falado ‘pó preto’ que os moradores estão reclamando.

“Segundo ouvi na CSN, neste período do ano, ocorre um fenômeno climático natural denominado inversão térmica. É um fenômeno que ocorre em período de estiagem e clima seco e frio. O ar quase não dispersa. Com isso, as concentrações de partículas se acumulam sobre a região onde o fenômeno ocorre. Mas é claro que isso não justifica o pó preto. A CSN me disse que, fora a questão do clima, a empresa vem investindo em equipamentos modernos, como filtros de despoeiramento”, disse Conrado, completando que esses filtros, porém, são solução a médio prazo.

A curto prazo a empresa informou que está implantando máquinas novas e modernas de varrição e canhões de névoa de água para evitar que a poeira levante com os ventos. “Além disso, disseram que estão fazendo uma regulagem da produção em processos que possam causar emissões. Estão aumentando as paradas de manutenção. Isso reduz a produção, mas também, segundo eles, diminui as emissões porque as manutenções são mais intensas. Também como medidas a curto prazo, destacaram que foram reparados seis fornos críticos da Coqueria e já começaram a mobilização para reparos nas sinterizações”, apontou.

 

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