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Advogado diz que prefeito de Angra dos Reis mentiu sobre liminar dizendo que juíza mandou fechar o HMAR

Por Mônica Vieira

ANGRA DOS REIS

A organização social Instituto de Desenvolvimento Institucional e Ação Social (Ideias) não gerenciará nem executará mais os serviços de saúde no Hospital Maternidade de Angra dos Reis (HMAR). A prefeitura, dentro de 90 dias, deverá assumir a gestão do hospital ou delegar os serviços ao vencedor de processo licitatório. O fato tem gerado bastante polêmica na cidade e o advogado da Irmandade no processo de desapropriação, Luís Rabha, diz que o prefeito Fernando Jordão tem espalhado mentiras quanto ao fato, causando um alarde em Angra dos Reis e deixando os moradores confusos. Em nota, a prefeitura disse que vai recorrer quanto a decisão.

“O Fernando Jordão mentiu. Eu repudio, eu lamento é uma nota covarde, mentirosa, porque em nenhum momento na decisão liminar há qualquer informação dizendo que a juíza mandou fechar o HMAR. Isso é uma fake news postada pelo prefeito”, disse.

Ele se refere a uma nota postada pelo prefeito que diz em uma rede social: “Informo que a prefeitura vai recorrer na Justiça contra a decisão da Juíza Andréa Mauro da Gama, que mandou fechar o HMAR. Vou defender as mães, gestantes e os recém-nascidos de Angra dos Reis. A população não pode ficar desamparada (…)”, diz um trecho da postagem de Jordão.

Ainda segundo a nota do chefe do Executivo: “(…) Me solidarizo com as famílias que são atendidas diariamente no HMAR,  um hospital que presta um serviço humanizado e de excelência. Por meio da prefeitura, lutaremos na Justiça para que o HMAR continue funcionando”, completa a nota.

Sobre o fato, o advogado lembra que a decisão judicial foi obtida pela 3ª Promotoria de Tutela Coletiva do Núcleo de Angra no dia 10, em resposta aos pedidos de ação civil pública ajuizada para que o município suspendesse a contratação, sem o devido processo licitatório.

O advogado disse ao A VOZ DA CIDADE que a postura de Jordão é ‘imoral e mentirosa”. “Eu tenho total conhecimento e posso afirmar que ele mentiu sobre essa nota. Pois em nenhum momento a decisão diz que a juíza mandou fechar o hospital. É um processo público. A fake news trás transtornos imensuráveis. Várias pessoas compartilharam essa nota mentirosa. O Fernando fez politicagem de algo muito sério”, frisou.

Procurada pelo A VOZ DA CIDADE, a prefeitura disse, por meio de nota que: “A Prefeitura de Angra dos Reis recorrerá da decisão da Justiça que determinou a suspensão do contrato com a organização da sociedade civil que administra a única maternidade pública da cidade, o HMAR. Caso a Prefeitura não consiga reverter a decisão, na prática, o HMAR deixará de existir. Desde março de 2022, quando a Ideias assumiu a administração do HMAR, mais de dois mil partos foram realizados na unidade, que presta um serviço humanizado e de excelência, funciona 24 horas e é referência em saúde materno infantil em toda região da baía da Ilha Grande”, disse a nota, sem informar porque o prefeito disse que o local seria fechado, já que a decisão da Justiça não foi essa.

O CASO

A Ideias não gerenciará nem executará mais os serviços de saúde no HMAR. A decisão judicial foi obtida pela 3ª Promotoria de Tutela Coletiva do Núcleo de Angra no dia 10, em resposta aos pedidos de ação civil pública ajuizada para que o município suspendesse a contratação, sem o devido processo licitatório.

Segundo a 1ª Vara Cível da cidade, a prefeitura, dentro de 90 dias, deverá assumir a gestão do hospital ou delegar os serviços ao vencedor de processo licitatório. O município deverá suspender, imediatamente, a eficácia das notas de empenho e/ou de liquidação já emitidas para execução de despesas originadas do contrato nº 056/2023/SSA, que ainda não tenham sido pagas, e apenas emitir notas de empenhos, liquidações e pagamentos para o custeio das despesas com pessoal.

A ação destaca que, desde março de 2022, a administração municipal celebrou três contratos consecutivos com a organização social, mediante dispensas de licitação baseada em situação emergencial fraudada. Isso porque, como destaca a decisão do Juízo, inexistia situação de emergência ou calamidade pública no Hospital, que era administrado pela Santa Casa de Misericórdia, ou ainda urgência de atendimento que justificasse a dispensa da licitação. “Além disso, a ACP ressalta que a delegação direta dos serviços à organização social gerou um aumento significativo do gasto público, uma vez que a IDEIAS passou a receber do Município aproximadamente três vezes mais do que era pago mensalmente à prestadora anterior, valores que somam, até o momento, R$ 94.726.796,10”, diz o MPRJ.

O documento do órgão estadual ainda destaca que a contratação do Ideias ter se dado por um período de apenas três dias, sem nenhum tipo de competição ou comparação de preços. Isso aconteceu após a prefeitura ter desapropriado o imóvel da maternidade, que até então pertencia à Irmandade da Santa Misericórdia de Angra dos Reis e afastado essa entidade da execução dos serviços.

Em nota, a Prefeitura de Angra dos Reis disse que recorrerá da decisão da Justiça que determinou a suspensão do contrato com a organização da sociedade civil que administra a única maternidade pública da cidade. “Desde março de 2022, quando a Ideias assumiu a administração do HMAR, mais de dois mil partos foram realizados na unidade, que presta um serviço humanizado e de excelência, funciona 24 horas e é referência em saúde materno-infantil em toda região da baía da Ilha Grande”, diz a nota.

 

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