BARRA MANSA
As obras de asfaltamento iniciadas pelo Governo do Estado em 17 bairros de Barra Mansa têm causado transtornos para os moradores. De acordo com eles, há quase um mês, as equipes rasparam o antigo asfalto das ruas e até esta terça-feira, dia 9, não tinham aplicado a nova pavimentação. Por esse motivo, uma grande quantidade de poeira estaria invadindo as residências e causando sérios problemas.
Ao todo, as obras estão sendo realizadas nos bairros Centro, Ano Bom, Colônia Santo Antonio, Village Primavera, Cantagalo, São Vicente, Santa Maria I e II, Água Comprida, Verbo Divino, Santa Lúcia, Jardim Marilú, São Pedro, Km4, Roselândia, Monte Cristo e Malvinas.
Flávia Leal, que mora no bairro Colônia, conta que para tentar minimizar a poeira, ela e os vizinhos estão se revezado para jogar água na rua. “Essa fresagem gera muita escória, muita terra e com esse tempo seco deixa uma poeira insuportável. Estamos jogando água na rua todos os dias e nossa conta de água só está aumentando. Mesmo com as janelas fechadas a poeira entra em casa, e não adianta nem limpar, porque se limpo de manhã, a tarde já está sujo de novo”, comentou.
Outro transtorno relatado pelos moradores são os diversos problemas respiratórios causados pela poeira. “Estamos inalando essa poeira o dia inteiro. O meu nariz, já sangrou duas, três vezes. Semana passada eu precisei levar minha filha em um alergista, porque ela está com coceira no olho, no nariz, e não para de espirrar. Nós saímos do médico com uma receita de R$ 150 para compra de medicamentos”, lamentou Flávia.
Cristiane Almeida é dona de uma loja no bairro Santa Maria II. Ela conta que em dois anos do estabelecimento, nunca passou por um transtorno desse tipo. “A poeira fica impregnada nas roupas. Fora isso, tem 15 dias que estou percebendo uma queda no movimento. As pessoas não estão querendo passar por aqui”, disse, acrescentando que em seu bairro tem pelo menos outras duas ruas que o trabalho de recapeamento ainda não foi iniciado.
Outra reclamação dos moradores é que a placa que identifica a obra não contém todos os dados obrigatórios por lei. De acordo com a Lei Estadual 2.831 – de 1997 – Art. 37 A , as placas precisam conter, no mínimo, as seguintes informações: datas de início e de previsão de conclusão da obra; identificação da empresa executora e do responsável técnico; número do contrato administrativo ou processo licitatório correspondente; valor inicial do contrato e acréscimos que venham a ocorrer; telefone do órgão ou entidade responsável pela fiscalização da obra; telefone do órgão ou entidade junto ao qual o cidadão poderá requerer acesso aos documentos do processo licitatório e ao contrato, bem como requerer cópia dos mesmos; número da licença ambiental com a devida identificação do órgão que a cedeu e a fonte dos recursos investidos.
A placa instalada pelo Estado no Loteamento Morada da Colônia II, por exemplo, só contém o serviço que está sendo realizado, a empresa executora, a extensão, o valor da obra e o prazo de execução (360 dias).
O A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a Secretaria de Infraestrutura e Cidades (SEIC) para saber o que será realizado para que o problema com a poeira seja resolvido. Sobre a placa, visto que não segue a legislação, o jornal questionou quando será regularizada.
Em nota SEIC informou: “Estão sendo realizadas obras de recapeamento em diversos bairros de Barra Mansa. A previsão de conclusão do trabalho, iniciado em dezembro de 2022, é de 360 dias e o cronograma segue conforme o planejamento. No Loteamento Morada da Colônia foi feita a fresagem do asfalto e já foi iniciado o trabalho de recapeamento. Nos dias chuvosos, o serviço é suspenso. É necessário que o solo esteja seco para que o não comprometer a qualidade da obra. A SEIC ressalta ainda que a placa instalada na região segue os padrões do governo do estado”, disse a nota.