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Empresa é interditada e autoridades investigam origem da ossada encontrada

Por Andre
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BARRA MANSA

A prefeitura, por meio da equipe de Gerência de Fiscalização de Postura da Secretaria de Ordem Pública interditou a empresa OPX Ambiental, localizada no bairro Vila Ursulino, por volta das 12h15min de hoje, segunda-feira. Na sexta-feira, dia 16, partes de corpo humano foram achadas dentro de bombonas plásticas que estavam armazenadas no local. O A VOZ DA CIDADE conversou com a advogada da empresa, que disse que todas as normas estão sendo seguidas, mas não se manifestou sobre o encontro das ossadas. A Polícia Civil segue investigando a origem do material encontrado.

Na operação, também foi emitida a suspensão da licença ambiental da empresa, que restringia a atividade ao armazenamento e tratamento de lixo hospitalar pelo sistema de autoclave (equipamento que desinfecta os resíduos através de vapor saturado em altas pressões e vácuo, tornando-os inertes).

Estiveram presentes na operação de ontem a Polícia Militar, a Guarda Municipal e a Guarda Ambiental. O fechamento da empresa foi acompanhado pelo secretário de Meio Ambiente, Carlos Roberto de Carvalho, o Beleza, do subsecretário de Meio Ambiente, Luiz Claudio, o Baianinho, o Gerente de Licenciamento Ambiental, Vitor Alencar, e o Gerente de Fiscalização de Posturas, Aliandre Martins de Almeida.

O A VOZ DA CIDADE foi a primeira equipe a chegar ao local junto com as autoridades citadas, ficando até o final da operação. O secretário Roberto Beleza explicou que o encontro das ossadas não se deu por meio de denúncia. O que ocorreu é que a Certidão de Zoneamento (datada de 2016), considerando a atividade tolerada, foi cancelada pela Secretaria de Municipal de Planejamento Urbano após solicitação dele. “Contudo, a empresa poderia recorrer da decisão até o dia 16 de março, data da operação que culminou na descoberta do armazenamento irregular, porém não fez”, disse.

Diante do fato, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Secretaria de Meio Ambiente esteve no local e realizou uma fiscalização na empresa. “As bombonas foram encontradas de forma separadas, o que acabou despertando estranheza. Ao abrirmos, não acreditávamos no que estávamos vendo. Nunca vivenciei nada no tipo no trabalho. Imediatamente chamamos a Polícia Civil, para apurar de forma mais aprofundada, por meio de sua equipe de perícia, o que estava acontecendo”, lembrou Beleza, dizendo que entre as partes, foram encontrados crânios, braços, pele, órgãos, entre outros. “Foi assunto que pegou não só a população de surpresa. Também fomos surpreendidos e também estamos espantados com o que vimos”, confessou Beleza. “Com a expiração dos prazos, sem apresentação de recursos e os novos fatos de sexta-feira, a Secretaria de Meio Ambiente tinha, certamente, que determinar o encerramento das atividades na empresa”, concluiu.


A equipe da prefeitura ficou cerca de 40 minutos dentro da empresa. Depois, saíram com alguns responsáveis lacrando a entrada do local.

A advogada da empresa, Stefani Mantovani, falou com o A VOZ DA CIDADE e disse que a empresa está dentro da lei e que respeita o trabalho das autoridades, porém, está indo recorrer da decisão. “Temos todas as licenças. Todos os alvarás. A OPX Ambiental é uma empresa antiga e que atende todos os requisitos da lei e vamos provar isso perante a Justiça. Estou, inclusive, indo no Fórum entrar com o recurso para reabrir a OPX Ambiental o mais rápido possível”, disse. Stefani não quis se manifestar sobre o encontro das ossadas e disse que mais informações serão respondidas à imprensa por meio da equipe de Comunicação da empresa. Contudo, até o fechamento desta edição, o retorno não foi feito.

Ontem, o A VOZ DA CIDADE conversou com o delegado titular da 90ª Delegacia de Polícia, Ronaldo Aparecido de Brito, sobre o caso. A autoridade disse que a Polícia Civil segue com as investigações e que por ora não pode dar mais detalhes sobre o caso para não atrapalhar no andamento da ocorrência.

A EMPRESA

A OPX Ambiental se descreve em seu site como uma empresa que segue todas as regras e normas de qualidade e segurança do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Ela explica como e com o que trabalha. “São detritos provenientes da área médica/veterinária, gerados em hospitais, clínicas (médicas, odontológicas e veterinárias), ambulatórios, farmácias, laboratórios de análises biológicas, etc. São agentes tóxicos/infectantes e, por isso, devem ser isolados/tratados de forma correta, desde o transporte e acomodação, até a destinação final”, finaliza.

Crânios foram encontrados assim como outras partes do corpo – Divulgação

 

 

 

 

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