ITATIAIA
A Biblioteca Pública Dona Mariúcha sedia até sexta-feira, dia 28, a exposição “O livro e o artista: o universo artístico e criativo”, do escritor e ilustrador itatiaiense, Ângelo Tramezzino. A mostra pode ser visitada das 9 às 16 horas, na Biblioteca Dona Mariúcha, na Avenida dos Expedicionários, nº 20, no Centro da cidade.
De acordo com a coordenação da Biblioteca Dona Mariúcha, a exposição reúne 13 ilustrações em papel A3 do escritor Ângelo Tramezzino, que apresenta o processo criativo do livro “O Pequeno Puri”, lançado em 2018.
O escritor conta que a obra, uma ficção, traz uma narrativa sobre as lendas indígenas da região e busca uma reflexão sobre o conceito de civilização ao apresentar a história do indiozinho Puri, que após a chegada dos colonizadores em suas terras e por um acontecimento fantástico ficou perdido no tempo e foi parar no futuro. “Sou nascido em Itatiaia e atualmente moro em Resende e sempre ouvir falar sobre o Puris. De uma forma bem lúdica e didática o livro conta como os povos originários viviam, mostra a natureza, as lendas, a chegada dos colonizadores e a transformação que aconteceu com o impacto do desenvolvimento econômico”, explica Ângelo.
Nesta quarta-feira, dia 26, Tramezzino, ministrou palestra com o tema “Universo construtivo de ideias”. Ele explanou sobre o livro “O pequeno Puri”, sobre as suas ilustrações e também sobre o seu livro “A Fabulosa história de Nossa cidade”, que conta parte da história e do desenvolvimento do município de Resende.
Visitantes vão saber todo o processo criativo do escrito Ângelo Tramezzino do Livro “O Pequeno Puri”-Divulgação
“O PEQUENO PURI”
“O Pequeno Puri”, conta a história de um indiozinho Puri. “O livro narra a história de PI, um pequeno índio Puri que amava sua tribo e vivia em harmonia com a natureza, até que o Pajé convoca todos os índios para fazer o comunicado de um acontecimento ruim. O aviso era de que os índios Puris iam desaparecer”, conta Tramezzino, explicando que na verdade era a chegada dos homens brancos na terra dos Puris.
“Durante a luta de resistência dos índios acontece um fenômeno e o PI acorda sozinho na floresta e não tem mais ninguém em sua tribo. O PI parte para uma viagem. Na verdade, ele foi para o futuro e quando chega à margem de um rio percebe que as florestas e as matas sumiram, dando lugar só para a cidade. Aí o indiozinho não consegue mais a comida e as pessoas não o ajudam. Para descobrir como esta história termina, o leitor terá que ler o livro”, descreve o autor.
Ângelo ressalta que a história de PI tem como pano de fundo várias lendas indígenas da região das Agulhas Negras, formadas pelos municípios de Resende, Itatiaia, Porto Real e Quatis. “As lendas ajudam a compor toda a narrativa da história que propõe uma reflexão sobre o nosso conceito de civilização. Eu tinha algumas adaptações de lendas e criei a história propondo a reflexão do uso do meio ambiente, visando também o registro e resgate da nossa tradição oral as lendas. A ideia é cogitar como nós utilizamos nossos recursos naturais”, analisa o escritor destacando que o livro vai do público infantil até o juvenil. “O livro tem uma linguagem muito fácil. Por isso, ‘O Pequeno Puri’ circula com crianças a partir de sete anos até com pré-adolescentes porque a história não é muito infantilizada, ela é muito simples”, explica Tramezzino que também assina toda a ilustração da obra.
O escritor também revela que a ideia de escrever o livro “O Pequeno Puri” há muito tempo, desde o tempo que foi ilustrador de agências de publicidade. “Sempre quis produzi um livro infantil porque existe dentro de mim um universo infantil que me atrai, ainda mais agora que tenho dois filhos pequenos que também adoram desenhar e soltar a imaginação. Além disso, desenho desde os seis anos de idade e já fiz trabalhos de ilustração para várias agências de publicidades e cartilhas para grandes empresas do Sul Fluminense”, confidencia o autor.
