ANGRA DOS REIS
O vazamento de material radioativo no mar de Angra dos Reis pela Eletronuclear foi tema de audiência pública realizada nesta quarta-feira, 12, na Câmara de Vereadores. A reunião durou mais de seis horas e contou com a presença de diversos parlamentares, presidente da empresa Eduardo Grandcourt e diretoria, prefeitos Fernando Jordão (Angra) e Luciano Vidal (Paraty), representante da Prefeitura de Mangaratiba, o deputado federal Max Lemos, dentre outros. A audiência contou com a presença de um representante da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), mas nenhum do Ibama e de outros órgãos ambientais.
O pedido para audiência pública partiu do vereador Jorge Eduardo Mascote (Patriotas), que ainda tratou sobre a dívida de R$ 264 milhões em condicionantes que a Eletronuclear ainda tem com Angra dos Reis. O dinheiro deve ser aplicado na cidade devido a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em vigor há alguns anos. “Em 14 anos só investiram R$ 29 milhões na cidade e nada mais. Alegaram que não existem projetos por parte do Poder Público, o que foi contestado”, disse.
Sobre o vazamento na Baía de Itaorna do material radioativo, que aconteceu em setembro do ano passado e somente veio à tona no mês passado com informações divulgadas pela imprensa, o vereador destacou que a empresa admitiu mas disse que nenhum problema foi causado ao meio ambiente. Fato que já tinha sido apontado por análises de órgãos ambientais. “Considero que a audiência foi satisfatória. Acho que haverá um estreitamento maior e melhor com a Eletronuclear com a população de Angra dos Reis. Entreguei ao presidente da empresa um projeto de minha autoria, de 2012, que prevê a criação de um sistema de boias de monitoramento”, contou.
O porta-voz da Eletronuclear, Ricardo Donato, Chefe de Operações, destacou que foi uma oportunidade da empresa se aproximar de maneira técnica da câmara e também do público. “Quando mais a gente se aproximar, mais teremos facilidade de resolver questões. A questão nuclear não é simples, realmente cria muitos mitos e dúvidas e é uma grande oportunidade estarmos presentes na audiência”, destacou.
Do encontro realizado em Angra dos Reis saiu uma audiência pública, desta vez em Brasília, onde o deputado Max Lemos estará à frente pela Comissão de Minas e Energia. Será na primeira semana de maio e o assunto a ser tratado será ainda o vazamento no mar do município.