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Nesta terça e quarta-feira tem vestibular para curso de Administração para pessoas com deficiência em Volta Redonda

Por Tânia Cruz
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VOLTA REDONDA
Candidatos à vaga na segunda turma do curso superior de Administração para Pessoas com Deficiência (PCDs), iniciativa da Prefeitura de Volta Redonda, em parceria com o Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB), prestam o vestibular social nesta terça e quarta-feira, dias 31 e 1º. A aula inaugural do curso gratuito, exclusivo para estudantes com deficiência auditiva e física e alunos com baixa visão será no dia 14 de fevereiro, no campus da universidade, no bairro Aterrado.
A avaliação dos 45 candidatos que pleiteiam uma vaga no curso pode ser pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por prova ou redação. O aluno que já tiver concluído outra graduação fica isento do vestibular. Todas as orientações foram passadas durante encontro, no fim da semana passada, no auditório do Palácio 17 de Julho, quando cada candidato escolheu o horário e o dia para passar pelo processo seletivo.
O prefeito Antonio Francisco Neto conversou com os estudantes e fez um pedido: “Não desistam do curso. Sejam corajosos diante das dificuldades e sigam até o fim. Quero ver todos vocês jogando o capelo para o alto no dia da formatura”, falou, lembrando que a primeira turma, que começou a estudar em 2021, está no quarto período do curso. “Diante de uma ideia pioneira, sabemos que muitos desafios serão enfrentados pela instituição, professores e também alunos, mas sabemos também que faremos história juntos”, afirmou, lembrando que o curso superior amplia o leque de oportunidades para ingressar no mercado de trabalho ou empreender.
QUALQUER AJUDA
O secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Washington Uchoa, colocou a Pasta à disposição dos alunos para qualquer ajuda. Ele contou ainda que está em contato com empresas que atuam na cidade e região para conseguir vagas de estágio e emprego para os alunos do curso. “Mais recentemente, estive na Ambev, em Piraí, apresentando o projeto da universidade para deficientes para a direção da empresa”, contou.
Bruna Monteiro Jorge Faria é surda e vai concorrer a uma vaga no curso superior de Administração. “Terminei o ensino médio em 2016 e o terceiro grau sempre foi um sonho, que ficou adiado por falta de recursos financeiros. Agora, vou agarrar a oportunidade, me dedicar para crescer na minha carreira profissional”, disse Bruna, que atua no laboratório de uma empresa de beneficiamento de aço.
Luiz Cláudio Silvério é deficiente físico e terminou o ensino médio ano passado. Ele vai fazer o vestibular nesta semana e tem o apoio da irmã Letícia, que estava com ele na reunião na prefeitura. “É muito bom poder seguir com os estudos e, com diploma na mão, ter mais chances de conseguir um bom emprego”, afirmou Luiz Cláudio.
Thiago da Silva, que é deficiente físico e presidente do Cooperadores com Pessoas com Deficiência (Coopenea), está na primeira turma do curso. Ele também esteve no encontro na prefeitura e conversou com os futuros colegas. “Esse curso é preparado para nos receber, já tentei outros cursos de formação, mas não conseguiu concluir. Agora, tenho certeza que vou até o final, citando a união da turma, a dedicação dos professores e o reforço pedagógico que têm no contraturno das aulas como fundamentais para o sucesso”, disse.
AULAS NOTURNAS E APOIO PEDAGÓGICO À TARDE
O curso superior de Administração para pessoas com deficiência do UGB tem duração de quatro anos com aulas presenciais noturnas. Os professores terão o auxílio de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libra) para facilitar a compreensão das disciplinas pelos alunos. Além disso, no contraturno, no período da tarde, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD) oferece apoio de intérpretes de Libra e professores de português e matemática para ajudar com o conteúdo das aulas do dia anterior.
A coordenadora do projeto e intérprete de Libras, Eliete Guimarães Vasques, acredita que essa é uma oportunidade ímpar, que fará a diferença na vida profissional destas pessoas. “É comum ocuparem vagas para deficientes, as cotas, mas com o diploma terão oportunidade de crescer dentro da empresa. Será um instrumento de mudança”, concluiu


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