VOLTA REDONDA
Franciele Aleixo
Educação, carisma, serenidade, alegria, e bom humor. São alguns dos elogios que o Papai Noel do Sider Shopping vem provocando nas redes sociais. Se na internet não faltam elogios ao bom velhinho, o A VOZ DA CIDADE foi conferir tudo isso de perto e pôde comprovar: ele é sucesso.
Muito além de posar para fotos e fazer ‘ ho ho ho’, o ingrediente principal para todo esse sucesso é o amor. “Tenho amor pelo que faço e principalmente, amor próprio. Se você não se amar, não consegue amar as pessoas. Tem que ter fé em alguma coisa. Agradeço muito a Deus por todos os dias poder levar uma palavra de fé, de carinho as pessoas. Meu objetivo é manter viva a chama de esperança e de espírito natalino no coração das pessoas, seja adulto, seja criança. Enquanto tiver amor, fé e esperança o Noel vai existir”, destaca o Papai Noel.
Além da mística e da magia que envolvem o Papai Noel, estão as lembranças. “Muitas vezes vejo adultos nas filas que estão aflitos, paro para conversar e percebo que eles estão relembrando seus momentos felizes em família, lembrando daquele familiar que já se foi, muitos nunca tiveram a oportunidade de tirar uma foto com o Noel, trazem cartinhas. Essa é a chama, esse é o amor”, diz.
Acostumado a voar
Antes de ser Noel, este bom velhinho de Porto Alegre, que não teve a sua identidade revelada, era comissário de voo e trabalhava em linhas regulares da aviação brasileira. Apesar de estar aposentado deste trabalho oficial, até hoje ele ministra aulas para comissários de bordo. Estar nos ares já era sua vida, agora continua, mas de uma forma diferente: passando para as crianças a fantasia que viaja em seu trenó puxado pelas renas.
E foi em 2013 que começou sua atuação como Noel filantrópico e voluntário. “Uma amiga diretoria de uma escola maternal no Rio Grande do Sul precisava de um Noel para entregar presentes para seus alunos, me lembrei do meu pai que era o nosso Noel, me voluntariei, comprei uma roupa simples e fui. Trabalhava como comissário e postaram uma matéria no nosso jornal interno, dali passei a me dedicar mais e me voluntariei na Apae e em asilos e numa instituição para assistidos que são idosos e tem deficiência visual. Achei que meus assistidos precisavam de um Noel melhor, deixei a barba crescer e fui me aperfeiçoar”, relembra.
Neste ano, como se aposentou, fez o curso na Escola de Papai Noeis no Rio de Janeiro. “Durante o curso saia de Porto Alegre e vinha para o Rio uma vez por semana. Este é o meu primeiro Natal como um Noel comercial. Para ser um bom Noel não basta apenas se vestir. Tem que amar pessoas, tem que ter técnica, postura e humanização. Aprendemos isso no curso, mas se não houver o amor, de nada adianta. Vejo pessoas na fila, mas preciso me alimentar, preciso fazer exercícios de técnicas vocais, peço licença, perdão pelo tempo reduzido, mas não deixo de dar atenção para aquela pessoa”, cita, informando que como não está tendo tempo para seu serviço filantrópico, já separou parte de seu cachê para doações.
Um desafio do seu primeiro Natal são as crianças nascidas na pandemia. “Conquistar a confiança deles é o maior desafio. São crianças que nasceram numa época de pouco contato com o exterior de suas casas. Nosso figurino tem muita informação visual, então tenho que ir devagar, fazer uma amizade, conversar, para enfim, fazer a foto. Sem traumatizar”, analisa.
Além de tudo isso o Noel é intermediário na negociação dos presentes. “A criança me fala que pediu inúmeros presentes caros, e na conversa com os pais, percebo que dar tudo aquilo é impossível e começamos as negociações, 99% das vezes, dá certo”, brinca.
O OLHO NO OLHO QUE EMOCIONA
“Todos os anos, desde que me tornei mãe, levo meus filhos para acompanhar a chegada do Papai Noel. Eles adoram e o clima de Natal é algo que cativa até os adultos. Este ano não foi diferente, já fomos conhecer o Papai Noel do Sider e ficamos encantados. Estamos vindo de um período de muito afastamento por conta da pandemia. Apesar da Covid não ter acabado, estamos podendo voltar a ser um pouco mais sociáveis. Nos últimos tempos, não estávamos tendo a oportunidade de um abraço, de carinho e percebi que era tudo muito automático. Entretanto, esse ano o Papai Noel supera todas as expectativas. Ele é muito carinhoso e atencioso e dá vontade de sentar ali ao lado dele e conversar por horas”, falou Mônica Priscila.
A filha, Melissa Fernandes, 8 anos, disse que ficou muito feliz em poder receber o abraço do Noel. “Eu achei ele muito fofo e bonito. Ele foi muito educado comigo”, disse a pequena.
Outra mãe, Ana Carolina Pires contou que a filha tem nove anos e não acredita mais em Papai Noel. “Ela descobriu no ano passado que ele não existe. Achei que nesse ano ela não se interessaria mais. Porém, ao chegar no Shopping ela pediu para falar com o Papai Noel. Achei que seria aquela coisa básica, senta, faz o pedido, tira uma foto, mas não. Me surpreendi o quanto esse Papai Noel é diferenciado, dá atenção as crianças, se interessa sobre o que elas falam e gasta tempo com cada uma. Em tempos como os que estamos vivendo hoje, ter essa simpatia e esse olho no olho é muito importante para nós pais e para as nossas crianças, que mesmo sabendo que o bom velhinho não existe, querem deixar viva essa magia de Natal”, finalizou.