PIRAÍ
“Quero voltar a trabalhar. E preciso”. Essa afirmação é do ex-governador Luiz Fernando Pezão em conversa com o A VOZ DA CIDADE. Ele confirmou que recebeu convite do recém-releeito governador Cláudio Castro a integrar um cargo. Seria a presidência do Instituto Rio Metrópole, responsável pelo planejamento da região Metropolitana do Estado. Há uma determinação do juiz Marcelo Bretas, que impediria Pezão de ocupar cargos ou funções públicas, mas ele contou que acredita que isso já caiu. Seu advogado estaria fazendo a consulta e ele dará a resposta após o segundo turno das eleições.
Esse não foi o primeiro convite para integrar um governo. Segundo Pezão, o prefeito Antonio Francisco Neto, de Volta Redonda, sempre o chama.
O ex-governador foi condenado a 98 anos, 11 meses e 11 dias de prisão em junho do ano passado por corrupção. A sentença, publicada pelo juiz Marcelo Bretas, que atribuiu crimes que dizem respeito às operações Calicute, Eficiência e Boca de Lobos, todas desdobramentos da Lava Jato no Rio. Bretas considerou em sua sentença que Pezão, ex-vice-governador de Sérgio Cabral, deu continuidade aos crimes, após assumir o Governo do Estado. Ele foi preso em novembro de 2018 quando ainda estava no cargo. Em dezembro de 2019 deixou o presídio e passou a usar tornozeleira eletrônica.
A condenação está sendo recorrida no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) e Pezão tem esperanças de já conseguir derrubar sua condenação. Em entrevista ao jornal disse que passados sete anos não existem provas. Ele acredita que sua acusação faz parte de uma onda daquele momento de prender políticos. Lembrou que dos vários processos julgados por Bretas nenhum chegou ainda ao Superior Tribunal de Justiça, sendo revertido ainda no TRF1. “Tudo que foi vivido, todas as ações do Mouro (Sérgio), foi uma espetacularização tremenda do Ministério Público. Todos com problemas na Justiça, inclusive pedido de demissão do órgão público inteiro, não por meu processo, mas por outras situações. O próprio Bretas tem três delações premiadas contrárias a ele. Estou há sete anos sendo investigado e nada foi achado. De R$ 40 milhões que falaram que eu tenho, não acharam nada”, destacou.
Nesse ano ainda Pezão espera uma definição da Justiça sobre reverter a sua condenção. “Estou aguardando ansiosamente. Ganhei um habeas corpus pedindo pra ser julgado o mais rápido que for possível e acho que vai acontecer esse ano”, contou ao jornal.
Sobre seu retorno a vida pública afirmou que precisa voltar a trabalhar e se conseguir disputará um cargo público novamente. Pezão está inelegível até este ano, segundo decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. Legalmente, se não tiver sua condenação confirmada, pois hoje responde em liberdade a condenação de 98 anos de prisão, poderia disputar a eleição de 2024.