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Metalúrgicos rejeitam proposta de acordo feita pela CSN

Por Andre
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VOLTA REDONDA

Nesta sexta-feira, dia 8, o Sindicato dos Metalúrgicos colocou em votação a proposta que a direção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) fez visando o acordo coletivo da categoria. As urnas foram disponibilizadas na Praça Juarez Antunes, na Vila Santa Cecília, e também na unidade de Porto Real (Galvasud). No total 6.085 metalúrgicos participaram da votação que resultou na recusa da proposta da empresa. Foram 6.040 votos não para a proposta; 39 metalúrgicos aceitaram o acordo; três votos foram anulados e três trabalhadores votaram em branco.

O Sindicato dos Metalúrgicos, através de sua assessoria, informou que enviaria um oficio para a direção da CSN informando sobre o resultado da votação e que iria solicitar a reabertura das negociações.

Ainda de acordo com as informações obtidas com o presidente do sindicato Silvio Campos, os pedidos feitos anteriormente, que são: 3,5 salários de Programa de Participação nos Resultados (PPR), INPC integral mais 5% de aumento real e reajustes em todos os itens econômicos como creche, e vale alimentação, serão mantidos.

PROPOSTA DA CSN

A proposta feita pela direção da CSN foi de reajuste salarial de 8,1% para quem recebe até R$ 3 mil. Para os trabalhadores com vencimento acima deste valor, o acréscimo salarial seria de 5%. A empresa ofereceu também uma carga extra no cartão alimentação, no valor de R$ 400, em maio e dezembro, e uma recarga de R$ 700 em maio, a título de banco de horas. A proposta também contemplava o piso salarial com reajuste de 4% e uma bonificação de 1,9 salário, já que não houve definição de metas e critérios do PPR.

MANIFESTAÇÃO NA UPV

Na manhã de terça-feira, dia 5, um grupo de aproximadamente 50 trabalhadores da área da manutenção promoveu uma paralisação no interior da Usina Presidente Vargas (UPV). Na quarta-feira, dia 6, trabalhadores liderados pelo por Edimar Miguel, que segundo informações seria “cabeça de chapa da oposição metalúrgica Sul Fluminense”, se concentraram em frente a Gerência de Manutenção Central (GMC) para mais um ato de protesto contra a empresa. Os manifestantes, que estavam em maior número do que o ato do 5, seguiram criticando o que consideram baixos salários e, agora, a proposta inicial da empresa para o acordo coletivo.


Já no início da noite de quinta-feira, dia 7, centenas de trabalhadores foram para as ruas da cidade do Aço, para mais uma vez, protestar contra a CSN, contra o Sindicato dos Metalúrgicos.

REPRESENTANTE LEGAL

Na ocasião das manifestações nas dependências da UPV e nas ruas de Volta Redonda, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Silvio Campos, reforçou que o sindicato é o único representante legal dos trabalhadores da CSN e que a empresa negocia apenas com eles. “O Sindicato sempre esteve aqui e em hora nenhuma fomos chamados pelos trabalhadores ou nos procuraram para uma reunião para falar sobre a paralisação. Entendemos que o movimento se faz necessário frente ao que os trabalhadores estão passando, com dois anos de reajuste zero. É justo e concordo que tem que parar a empresa mesmo, mas isso tem que ser feito de forma responsável e legal, para que não traga prejuízos para esses funcionários”, disse Campos.

NOTA DA CSN

Através de nota enviada para imprensa na noite desta sexta-feira, a CSN disse que aberta para negociação do acordo coletivo e abono.

“Diante da não aprovação da proposta para o acordo coletivo 2022/2023, em assembleia realizada nesta sexta-feira, dia 8 de abril, a CSN comunica que segue aberta a negociação com os seus colaboradores, por meio de seus representantes legais. Uma nova reunião foi agendada para o dia 11/04.

A empresa reforça que as negociações estão ocorrendo no prazo do acordo coletivo, cuja data base é 1º de maio.

De acordo com a legislação, a empresa só pode negociar o acordo coletivo com o sindicato legalmente constituído para representar os trabalhadores. Desta forma, a CSN não reconhece a legitimidade de movimentos paralelos que ocorrem durante a negociação sindical. Qualquer movimento alheio a esse processo não possui amparo legal. Enquanto as negociações acontecem, todos os colaboradores devem manter suas rotinas normais de trabalho. Seguimos abertos à negociação e contamos com a colaboração de todos.”

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