VOLTA REDONDA
Após mais um dia de manifestação no interior da Usina Presidente Vargas (UPV), funcionários Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) que atuam no setor de manutenção se concentraram nesta quarta-feira em frente a Gerência de Manutenção Central (GMC) para mais um ato de protesto contra a empresa. Os manifestantes, que estavam em maior número do que o ato de segunda-feira, dia 5, seguiram criticando o que consideram baixos salários e, agora, a proposta inicial da empresa para o acordo coletivo.
Eles voltaram a dizer que o movimento e as manifestações são espontâneos, desconsiderando o Sindicato dos Metalúrgicos, que tem como presidente Silvio Campos, e também membros da oposição sindical.
Por sua vez, o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, através de seu boletim emitido nesta quarta-feira, dia 6, disse que na última terça-feira foi realizada a primeira rodada de negociação para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, entre representantes da CSN e a direção do sindicato, na sede da empresa em São Paulo. Segundo o sindicato, após exaustiva discussão, a empresa apresentou uma proposta que o sindicato levará à apreciação dos trabalhadores na sexta-feira, dia 8.
Proposta da CSN
De acordo com o que foi informado pelo presidente do sindicato, Silvio Campos, a empresa está oferecendo reajuste salarial de 8,1%, para quem recebe até R$ 3 mil; e 5% de aumento para quem ganha acima de R$ 3 mil; cartão-alimentação no valor de R$ 400/mês; cartão alimentação extra de R$ 800 a ser pago em duas parcelas de R$ 400, sendo a primeira em até cinco dias úteis, após a assinatura do acordo e a segunda no dia 16 de dezembro; cartão alimentação extra no valor de R$ 700, pago em até cinco dias úteis após a assinatura do acordo (para empregados que registraram o ponto + supervisores e coordenadores); banco de horas; auxílio-creche de R$ 580;
abono 2022, de 76% – do Target (correspondente a 1,9 salário para os cargos operacionais.
Convocação para assembleia
No boletim o sindicato convoca os trabalhadores para assembleia de votação da proposta da CSN. A votação acontece nesta sexta-feira, dia 8, das 6 às 16 horas, na Praça Juarez Antunes. Já na unidade de Porto Real (Galvasud), a votação será das 6 às 13 horas
Silvio Campos fez um alerta aos trabalhadores sobre as influências que segundo ele, podem gerar consequências desastrosas para a categoria. “Não nos deixemos levar por uma minoria que está exaltada, influenciada também por alguns irresponsáveis, que não se preocupam com o futuro do trabalhador, levando o caos e a ilegalidade”, apontou, reafirmando ter ciência da aflição e da dificuldade financeira de todos. “Vamos continuar na luta de uma forma legal, ordeira e organizada. Se você não concorda com a proposta é só votar não, acompanhar até o final e ajudar a apurar os votos e, participar do pleito até o fim”, opina.
O presidente ainda destacou que os trabalhadores estão no limite, mas precisam colocar a cabeça no lugar e serem inteligentes. “Temos que seguir os trâmites legais de um acordo, até mesmo a greve precisa passar por um trâmite legal. Não se pode perder a razão, a data base é 1/5/2022. É preciso negociar exaustivamente e votar, até que haja o consenso da maioria dos metalúrgicos”, completou Silvio Campos, reforçando que quem representa a categoria é o Sindicato dos Metalúrgicos e tem respaldo legal para tal.