ESTADO
O Gás Natural Veicular, o GNV, pode ter um aumento de 50% a partir de 1º de janeiro em todo o Estado do Rio de Janeiro. Diante dessa perspectiva, as diretorias dos dois principais sindicatos de combustíveis do estado, capital e interior, se reuniram na última segunda-feira, 13, em duas oportunidades, com membros do Governo do Estado.
Pela manhã se reuniram na sede da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (Agenersa), e foram recebidos pelo presidente Rafael Menezes. À noite, os líderes se reuniram com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Vinícius Farah. O deputado estadual André Corrêa (DEM) articulou as duas agendas com líderes do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência, com atuação estadual (Sindestado-RJ) e Sindicato dos Postos Revendedores do Município do Rio (Sindicomb).
A concessionária Naturgy anunciou o aumento do GNV e, a previsão é que haja desdobramentos tanto para o consumidor, como para revenda. Os revendedores temem o colapso nas vendas do combustível que integra o programa de transferência de renda do cidadão fluminense, com impacto direto para taxistas, motoristas de aplicativos e para toda a cadeia do gás no Estado. O estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de gás natural do país, e também o maior mercado consumidor veicular do insumo.
Na Agenersa, o presidente Rafael Menezes informou que a agência reguladora “vem acompanhando o caso e que tem a noção do impacto que aconteceria com o aumento anunciado. Rafael citou que o assunto irá constar na pauta da última sessão regulatória da agência, agendada para o próximo dia 28 de dezembro. Disse que analisará as manifestações feitas. Pelos cálculos da Agenersa, com o reajuste, o preço final do metro cúbico do GNV nos postos de combustíveis pode variar entre R$ 5,90 e R$ 6,20, chegando próximo ao valor da gasolina.
André Corrêa entende que a possibilidade de aumento como “absurda”. “O reajuste afetaria não só os motoristas, incluindo taxistas e motoristas de aplicativos, mas prejudicaria o fornecimento de gás à indústria e ao comércio, além de penalizar milhares de famílias que recebem o gás encanado em suas residências.”, enumerou o deputado. André Corrêa avalia que o aumento pode ter como consequência o colapso na economia fluminense. “Não é exagero afirmar que isso (o aumento proposto pela Naturgy) vai afetar toda a população e pode derrubar a retomada da economia do estado do Rio de Janeiro.”, avaliou.
Ainda segundo o deputado, com base em análise realizada pela própria Agenersa em sua última Revisão Quinquenal, haveria possibilidade de redução na margem de comercialização do gás em até 80% no interior e em cerca de 13% do preço praticado na capital.