RIO DE JANEIRO
As comemorações da Semana da Consciência Negra no Museu de Arte do Rio (MAR) contarão com o projeto “Tesouros dos Nossos Ancestrais”, uma iniciativa do Instituto Casa Herança de Oduduwa, para estabelecer uma conexão entre o Brasil e o continente africano, mais precisamente a Nigéria. A intenção é estreitar relações e construir pontes que facilitem o intercâmbio cultural e econômico entre estes dois países conectados por laços fraternais há séculos.
A celebração começa nesta sexta-feira, dia 19, às 15 horas. Os Filhos de Gandhi farão um cortejo que sairá do Cais do Valongo até o pilotis do MAR. A partir das 15h30min, eles prometem agitar o público com o ritmo afoxé que alegra o carnaval carioca desde 1951. As apresentações de música, arte e dança, vão saudar a comitiva real do Palácio de Ifé que, representando sua majestade imperial, está no Brasil para preparar a segunda visita do rei Ooni de Ifé em março de 2022. O projeto “Tesouros dos Nossos Ancestrais” é o pré-lançamento do programa Back To Home, que é um caminho de reaglutinação de famílias que foram dissolvidas por força do tráfico negreiro.
No sábado, o projeto BaObazinhO, da escritora Juliana Correia, desembarca no museu para livres adaptações de contos da tradição oral de diferentes grupos étnicos do continente africano. As crianças vão ter a oportunidade de fazer um passeio lúdico por memórias e saberes ancestrais muito presentes no Brasil. A atividade é gratuita e acontece às 14h na exposição “YORÙBÁIANO”, de Ayrson Heráclito, em diálogo com as histórias de criação do mundo a partir dos orixás e suas comidas sagradas. Uma das últimas tradições africanas a ser implementada no Brasil da diáspora, a cultura Yorubá chegou ao país no século XIX, por meio dos povos da África Subsaariana formados por reis e rainhas, lideranças espirituais e políticas, que permaneceram como fontes de saberes ancestrais e detentores de diversas tecnologias. Os interessados devem fazer inscrição através das redes sociais do Museu de Arte do Rio.
Ainda no sábado, o projeto “Tambor de Cumba – Roda de danças afro-brasileiras” realiza uma apresentação gratuita no pilotis do museu a partir das 15h30. Também acontece uma roda de conversa sobre a importância de promover as tradições culturais de matriz africana, de modo que a cultura negra sirva de ferramenta de empoderamento e integração social através das artes.
No domingo, a Resenha Baile Black Bom será das 14h às 20h. Criado em 2013, o Baile Black Bom é uma ocupação cultural do espaço urbano para a valorização da cultura negra na Pedra do Sal, na Região Portuária do Rio de Janeiro. O baile propõe uma viagem no tempo da Black Music com releituras dos maiores clássicos do gênero, desde o soul dos anos 70 até o hip hop contemporâneo interpretados pela banda Consciência Tranquila. Nas picapes, DJ Flash comanda a pista com o melhor do charme e Hip Hop pra galera do passinho dançar. O projeto arrasta multidões mensalmente levando cultura gratuita para as ruas do Rio de Janeiro. A atração no pilotis do MAR é sujeita a lotação e a capacidade máxima é de 500 pessoas.