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Fome no mundo atinge novo pico e PMA prevê uma catástrofe

Por Andre
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NOVA IORQUE/ETIÓPIA

São 45 milhões de pessoas famintas, contra 27 milhões em 2019, na pré-pandemia; Programa Mundial de Alimentos menciona alta dos combustíveis, dos fertilizantes e das sementes; são necessários US$ 7 bilhões para reverter à situação

Existem 45 milhões de pessoas famintas em 43 países do mundo, um novo pico de alta, segundo o Programa Mundial de Alimentos, PMA. Nesta segunda-feira, a agência da ONU alertou, em Roma, que antes da pandemia de Covid-19, em 2019, 27 milhões de pessoas estavam passando fome.

O diretor-executivo da agência, David Beasley, explicou que são milhões de pessoas à “beira do abismo”. O aumento da fome no mundo está explicado por vários motivos que vão além da Covid-19: conflitos, mudança climática, alta nos preços dos combustíveis, dos fertilizantes e das sementes.

Angola, Haiti, Síria 

Beasley acaba de voltar do Afeganistão, onde 23 milhões de pessoas estão recebendo assistência alimentar do PMA. Ele lembra que a situação continua grave em países como Angola, Haiti, Iêmen, Síria e Somália.


O PMA calcula que para reverter à situação de fome no mundo, são necessários agora US$ 7 bilhões. David Beasley declarou que “o custo da assistência humanitária está subindo de forma exponencial” e por isso, “mais dinheiro é necessário para a agência poder ajudar famílias ao redor do mundo que já esgotaram sua capacidade de lidar com a fome extrema”.

Decisões extremas 

A insegurança alimentar tem feito muitas pessoas a comer menos, pular completamente algumas refeições, ou optar por alimentar as crianças ao invés dos adultos. O PMA cita ainda casos extremos, onde as famílias acabam tendo que comer gafanhotos, folhas selvagens ou até cactos para sobreviver, como é o caso em Madagascar.

Em outras áreas, as famílias acabam retirando as crianças da escola, vendem o gado que têm ou se veem forçadas a casar as crianças. O preço dos alimentos atingiu a maior alta de 10 anos neste mês e os aumentos dos combustíveis prejudica ainda mais a situação. Se há um ano despachar um container custava US$ 1 mil, agora o valor chega a US$ 4 mil.

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