PORTO REAL/RESENDE
Até o fechamento desta edição, continuava internada em estado grave a criança, de seis anos, espancada no bairro Jardim das Acácias, em Porto Real. A menina foi transferida no início da madrugada de ontem do Hospital Municipal São Francisco de Assis para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Infantil de um hospital particular de Resende. As principais suspeitas, que segundo a polícia teriam confessado as agressões, são a mãe da vítima, de 28 anos e a sua companheira, de 25. Elas foram transferidas no período da tarde de ontem da sede da 100ª Delegacia de Polícia (DP) para a Cadeia Pública de Volta Redonda, onde vão participar de uma audiência de custódia.
Em nota, a Prefeitura de Porto Real disse que a criança de seis anos, deu entrada no Hospital Geral Municipal São Francisco de Assis, por volta das 12h55min de segunda-feira, dia 19 e seu estado de saúde já era grave. “Segundo relatos dos profissionais, ela deu entrada em coma, apresentando um quadro muito grave e com diversas lesões pelo corpo. Foi realizada uma tomografia e os profissionais constataram uma lesão neurológica muito grave. Através de uma parceria do município de Porto Real, a criança foi levada para uma UTI infantil Neovida, no Samer Hospital, em Resende”, informava a nota.
No início da noite, a prefeitura, por meio da Assessoria de Comunicação, informou que o estado de saúde da criança, ainda era grave. “Paciente em situação gravíssima, em coma arreflexo. Em ventilação mecânica, hidratação venosa e analgesia”, relatava o comunicado.
SUSPEITAS DE AGRESSÃO TRANSFERIDAS
As duas mulheres suspeitas de terem espancado a criança, de seis anos, foram transferidas na tarde de terça-feira, dia 20, da sede da 100ª Delegacia de Polícia (DP) em Porto Real para a Cadeia Pública de Volta Redonda, onde vão participar de uma audiência pública. A mãe da vítima e a companheira, confessaram o crime após a menina passar mal na madrugada de segunda-feira, dia 19 e ser internada em estado grave no Hospital Municipal São Francisco de Assis.
As mulheres foram presas por policiais do 37º Batalhão de Polícia Militar (BPM) na residência onde moram, no bairro Jardim das Acácias, algumas horas após serem acionados pela Guarda Municipal, de que a criança teria dado entrada na unidade hospitalar vítima de espancamento.
Segundo o delegado titular, Marcelo Nunes Ribeiro, as mulheres confessaram que as agressões a criança teriam iniciado na sexta-feira, dia 16. “As suspeitas, friamente, confessaram a série de agressões. Entre elas, socos, pontapés e com o fio de TV a cabo. Na sexta-feira, elas teriam jogaram a vítima contra a parede. Já a companheira da mãe da vítima teria lançado a criança de um barranco de sete metros de altura. Depois a mãe pegou a criança e a levou para a residência, onde continuaram as agressões, inclusive não alimentando a vítima. Uma crueldade”, disse o delegado, acrescentando que a mãe da criança, só chorou no final do depoimento. “No decorrer do depoimento ela não chorou, só quando falei que ela também seria presa”, comentou.
Ele ainda relatou que as mulheres não socorreram a criança que dormia em um colchão, em um dos cômodos da casa. “A sogra da mãe da vítima que chamou a equipe do Samu para socorrer a menina, após verificar o estado dela”, informou.
MAL COMPORTAMENTO E CIÚMES
Ribeiro ainda informou que as mulheres alegaram que a motivação para a agressão seria o mal comportamento da criança e ciúmes. “O motivo alegado por elas seria o mal comportamento da criança que foi se alimentar com leite, na sexta-feira e derrubou. Esta seria a situação que deu início as agressões. A mãe da vítima ainda contou que a companheira estaria sentindo ciúmes dela com a criança”, contou o delegado, acrescentando que as suspeitas não contam o porquê de tanta violência contra a vítima. “Elas não falam nada sobre isso. É a violência pela violência, pura e simples”, completou.
A sogra da mãe da vítima, que foi autuada por omissão de socorro e vai responder em liberdade, disse que não comunicou a agressão por medo da filha. “Ela informou que a filha seria violenta e a intimidou dizendo que mataria ela, a avó, e a companheira. Mas eu entendi que ela tem que responder por omissão de socorro por não ter comunicado a agressão da criança”, disse o delegado, comentando que as mulheres, estão morando a pouco tempo há cerca de um ano quando vieram de Duque de Caxias.