Médico alerta para consequências de flexibilização precoce durante propagação da Covid-19

Por Carol Macedo

SUL FLUMINENSE

No mês de outubro o Governo do Estado do Rio de Janeiro, publicou o Decreto 47.324 no qual, permite a liberação de alguns setores como cinemas, parques de diversão, shows, festivais culturais, eventos de recreação infantil, casas de shows, espetáculos, boates e arenas fechadas. A determinação considera ainda obrigatório o uso de máscara de proteção respiratória em qualquer ambiente público, assim como em estabelecimentos privados com funcionamento autorizado de acesso coletivo. O A VOZ DA CIDADE conversou com o pneumologista Gilmar Zonzin para saber as consequências dessa iniciativa, com a falta de uma vacina e ele afirmou ser uma situação extremamente preocupante no cenário atual.

De acordo com o médico, apesar de ser solicitado seguir as medidas de prevenção contra Covid-19, o momento é de instabilidade e a flexibilização pode trazer consequências radicais. “O número de casos com Covid-19 em nossa região continua alto. Apesar de não estarmos em uma fase de pico, não houve um declínio marcante no número de casos. Nós que trabalhamos diretamente com a doença respiratória, estamos vendo casos novos como se estivesse mantendo um ritmo constante, então o coronavírus não está controlado ou distante da nossa realidade. No momento, com o nível de circulação viral que vemos e o grau de segurança, que nos parece muito limitada, uma flexibilização mais abrangente vejo como preocupante e precipitada” disse.

Sobre a queda no número de óbitos, Gilmar comentou que talvez haja uma redução da mortalidade por conta de alguma melhoria no entendimento e cuidados com a doença. Porém, afirmou que o número de casos continua consistente e tende a acelerar a dispersão da doença de forma significativa em locais fechados, como boates e casas de shows. “Não existe uma situação que potencialize mais a transmissão do vírus do que quando pessoas se aproximam em grande número, ao mesmo tempo, em um local com baixa circulação de ar. Mesmo com restrições numéricas e dos cuidados para a prevenção da Covid-19, a circulação de pessoas em um ambiente dessa natureza, potencializa e muito a disseminação do vírus”, informou.

Em relação à determinação do decreto para a volta de eventos para o público infantil, o pneumologista comentou que os pequenos poderiam transmitir a doença de forma silenciosa, o que é preocupante.  “Não se tem ideia ainda da população suscetível e como as crianças são um grupo que transmite a doença e expressam poucos sintomas é algo extremamente sério, que implica no retorno de interações social do público infantil e traz o receio das crianças dispersarem o vírus para dentro dos seus lares e em larga escala” disse.

E A ECONOMIA?

Uma das questões analisadas para a flexibilização dos eventos sociais, e festividades, seria a situação econômica em que o país se encontra. Sobre isso, Gilmar afirma que apesar do setor econômico ser de extrema importância, para uma flexibilização desta maneira, é necessário que ahja conhecimento do nível atual da circulação, para não acelerar e aumentar o número de casos.

“Esses movimentos de flexibilização teriam que salvaguardar a população e, nesse momento, com o volume de casos e a circulação de vírus que estamos observando na região, é no mínimo uma temerosidade e inclusive reitera um temor também a nível econômico”, comentou, acrescentando a consequência do aumento no número de casos. “O aumento dessa propagação pode acabar gerando uma necessidade de medidas de contenção mais agressivas, o que gera um impacto ainda mais dramático para a questão econômica”, disse.

Questionado sobre qual seria a hora ideal para o retorno gradual das atividades sociais, Gilmar comentou que para essa resposta é preciso uma progressão mais comedida, bem estudada e com identificação de situações aonde a aceleração da dispersão não seja muito grande.

A região Sul Fluminense tem até ontem, segundo divulgação das prefeituras, 29.432 casos confirmados, 26.433 pessoas curadas, 1.020 óbitos. Baseado nos números, as cidades juntas contam com 1.979 pessoas com vírus ativo no organismo.  

você pode gostar

Deixe um comentário

Endereço: Rua Michel Wardini, nº 100

Centro Barra Mansa / RJ. CEP: 27330-100

Telefone: (24) 9 9974-0101

Edição Digital

Mulher

Últimas notícias

Jornal A Voz da Cidade. Todos direitos reservados.

Nós utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda com o uso de cookies. Aceitar todos