BRASÍLIA/SUL FLUMINENSE
O Banco Central do Brasil (BC) inicia hoje, dia 3, a fase de testes do Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos. A operação será ampliada a todos os brasileiros a partir do próximo dia 16. Neste primeiro momento, o número de participantes, além das funcionalidades, como volumes e horários das transações, do Pix estarão restritas. Os clientes dessa fase serão selecionados pelas instituições, até o limite de 5% dos correntistas. Mas, esse universo deve respeitar o perfil da própria instituição financeira e caberá a elas informar os clientes que poderão participar dessa fase.
HORÁRIO DE TESTES
Na fase de testes, até o dia 15, o horário de funcionamento do Pix para os clientes indicados pelas instituições bancárias será o seguinte: das 9 às 22 horas – de forma geral. As datas e horários de exceções neste período serão as quintas-feiras, dias 5 e 12, das 9 às 24 horas; e as sextas-feiras, dias 6 e 13, de meia-noite às 22 horas. Já no dia 16, o Pix começará a funcionar às 9 horas, em todos os dias, durante 24 horas.
O sistema tem 762 instituições financeiras autorizadas a operar a plataforma. O número de chaves Pix cadastradas, segundo o BC, é de 55,5 milhões. “Nessa fase, as instituições poderão executar todas as funcionalidades do Pix de forma gradual, com número reduzido de usuários, para que os clientes comecem a se familiarizar com a novidade”, afirma o chefe adjunto do Departamento de Competição e Estrutura do Mercado Financeiro, do BC, Carlos Eduardo Brandt.
No Sul Fluminense, empresários e consumidores estão ansiosos pela novidade que promete agilizar as transações bancárias e pagamentos. “Gostaria de ter sido um dos selecionados para iniciar os testes do Pix, infelizmente não recebi comunicado dos bancos que tenho relacionamento. Já fiz o cadastro das chaves Pix e acredito que mesmo tendo um valor para nós, pessoas jurídicas, é importante uma ferramenta que torne ágil. Com o Pix minha empresa poderá receber pagamentos além de dinheiro físico, boleto, cartão de débito ou crédito e transferência. Os custos das transações serão menores do que TED e DOC”, comenta o empresário Ricardo da Silva.
O representante comercial, Reginaldo Pacheco, tem conta corrente ativa em dois bancos e espera o dia 16 para conhecer a metodologia do Pix. “Uso a conta corrente onde recebo meus proventos e outra antiga para negócios da vida pessoal. São bancos diferentes e às vezes me pego envolvido em ter que transferir de um para o outro, enfim. Quero conhecer o Pix na prática, principalmente por funcionar de graça para pessoa física e ter serviço ativo aos finais de semana e feriado também”, comenta.
CHAVES PIX
Desde o dia 5 de outubro os correntistas, pessoas físicas e jurídicas, fazem o cadastro das chaves Pix, a forma de identificar a conta para receber pagamentos e transferências. A Chave Pix previamente cadastrada pode ser CPF, CNPJ, e-mail, número de celular ou chave aleatória (uma sequência alfanumérica gerada aleatoriamente que poderá ser utilizada por usuários que não queiram vincular seus dados pessoais às informações de sua conta transacional). O recebedor também pode gerar QR Codes. Abaixo, um exemplo de como utilizar o Pix através do smartphone:
O PIX E OUTROS MEIOS DE TRANSFERÊNCIA E PAGAMENTO
De acordo com o Banco Central o Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante amplo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular.
As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de instituições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção disponível à população que convive com os tipos tradicionais. A contadora Amanda Batista aposta que o TED e o DOC estão com os dias contados. “Auxiliamos diversos clientes diariamente com emissão de notas, guias e muitas vezes precisamos quitar valores: depositar, sacar, enfim. Com prazo menor acho que tem tudo pra conquistar os correntistas”, disse.
A diferença é que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um telefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix. Outra diferença é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos, de banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento, entre outros.
As transações de pagamento por meio de boleto exigem a leitura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em tempo real, o pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário.
As transações de pagamento utilizando cartão de débito exigem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as transações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a necessidade de qualquer outro instrumento. Abaixo, as vantagens do Pix para pagadores, recebedores e ecossistema:
COM QUEM É POSSÍVEL FAZER UM PIX
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos:
- entre pessoas;
- entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo comércio eletrônico;
- entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedores, por exemplo;
- para transferências envolvendo entes governamentais, como pagamentos de taxas e impostos
LIMITE DE VALOR NAS TRANSAÇÕES
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via Pix. Isso quer dizer que o correntista pode fazer transações a partir de R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entretanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.