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CEI da Saúde é instalada na Câmara de Volta Redonda para apurar gastos do município

Por Carol Macedo

 

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VOLTA REDONDA

Foi instalada no final da manhã de segunda-feira, dia 14, na Câmara de Vereadores, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que irá investigar gastos na Saúde do município com contratos pela Administração Municipal com Organizações Sociais (OSs), verba do Programa de Financiamento aos Municípios da Área de Saúde (Finansus) e de todas as despesas no período da pandemia do coronavírus (Covid-19) na cidade. A reunião para instalação da CEI foi presidida pelo presidente do Legislativo, Nilton Alves de Faria, o Neném (DEM), no Salão nobre do Legislativo.

Os parlamentares escolhidos para compor a CEI, Jari, presidente, Dinho, relator, e Pastor Washington Uchôa, suplente, também estiveram presentes. O vereador José Augusto, que é membro da comissão, não pode particiipar por causa de problema de saúde. A indicação dos vereadores para a comissão aconteceu no início da semana passada.

Segundo destacou o presidente da CEI, o objetivo é verificar todos os contratos do gestor municipal Samuca Silva, com as OSs  Mahatma Gandhi no Hospital Municipal Munir Rafful (HMMR) e Associação Filantrópica Nova Esperança Hospital São João Batista (HSJB), além de outros.  “Não estamos acusando ninguém. Volta Redonda espera uma resposta e, com certeza, os vereadores que fazem parte dessa comissão, pela experiência e competência de outros trabalhos, com certeza irão se sair muito bem em mais essa tarefa e dar o retorno do caso à população o mais rápido possível”, declarou Jari.

UMA DAS ATRIBUIÇÕES DO VEREADOR


O vereador Jari, que irá presidir a CEI, agradeceu a atenção do presidente da Casa no caso e garantiu que uma das atribuições do vereador é fiscalizar o Legislativo. Disse também que após delação, o ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, preso recentemente, revelou à Procuradoria Geral da República que o grupo criminoso liderado pelo governador afastado Wilson Witzel criou, em novembro de 2019, o Programa de Financiamento aos Municípios na Área De Saúde (Finansus), com orçamento de R$ 2 bilhões, para atender aos interesses do Palácio Guanabara.

De acordo com denúncia do MPF, o Finansus era operado pelo grupo comandado pelo Pastor Everaldo, também preso, apontado pelos procuradores como um dos três eixos no esquema de desvios montado por Witzel. O ex-secretário teria declarado ainda que Volta Redonda, a pedido do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Volta Redonda Gothardo Netto, outro preso na operação, teria recebido a maior parte da verba do que seria devido pelo critério do Finansus. O financiamento para cada município seria populacional.  Portanto, Volta Redonda teria recebido R$ 21 mil, dos quais R$ 15 mil foram pagos em 2019 e R$ 6 mil já foram quitados em 2020.

PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL

A publicação consta no Diário Oficial do Estado. Na ocasião, o Governo explicou que a finalidade do fundo era socorrer os municípios no custeio da Saúde. No entanto, o objetivo desde a sua criação, segundo denunciou Edmar aos procuradores, sempre esteve voltado para atender aos interesses do grupo criminoso, conforme consta no relato descrito pelos procuradores. Depois dessa delação, Jari se decidiu apresentar um requerimento para a criação da CEI, que investigará várias questões na Saúde do município. “Vamos apurar os valores de verbas recebidos para a Saúde nesse período, para onde foi, quais contratos e valores foram firmados”, disse Jari, lembrando ainda que possíveis irregularidades no contrato da OS Mahatma Gandhi com o HMMR, como o aumento do custo do hospital, que passou de R$ 27 milhões para R$ 43 milhões desde a mudança na direção e outros também serão investigadas pela comissão que terá 60 dias para concluir os trabalhos ou mesmo estender pelo prazo do mesmo período.

O vereador Sidney Dinho, relator da comissão, lembrou que o objetivo é investigar as possíveis irregularidades e não condenar ninguém. Disse ainda torcer para que a comissão não encontre nada de errado, mas se encontrar o responsável terá que responder. “Não estamos aqui para julgar ninguém, mas o nosso papel como vereador é investigar e dar resposta à população”, frisou  Dinho.  O mesmo declarou o vereador Pastor Washington. Ele lembrou ainda que nessa questão não existe vereador de oposição e situação. Todos os membros da comissão têm uma satisfação a dar somente para a população. E nada melhor com a apuração dos fatos.

 

 

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