Dia Nacional de Combate ao Fumo alerta sobre os riscos do tabagismo e a contaminação por Covid-19

Por Carol Macedo

BARRA MANSA/SUL FLUMINENSE

Neste sábado, 29, é comemorado, no Brasil, o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data foi instituída em 1986 pela Lei 7488 e tem como objetivo conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta, sendo considerado, portanto, um problema de saúde pública. Estima-se que cerca de 200 mil pessoas morrem todo ano no Brasil em decorrência do fumo.

Com a pandemia do novo coronavírus, e em homenagem ao dia, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), escolheu como tema da campanha “Tabagismo e Coronavírus” e publicou uma nota técnica orientando sobre o tabagismo e o risco potencial para Covid-19.

Segundo o Inca, o tabaco causa diferentes tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo. Por esses motivos, os fumantes têm maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos.

Segundo o médico pneumologista de Barra Mansa, Francis Bullos, devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da doença. “Se uma pessoa jovem, saudável e que nunca foi fumante se contaminar com o vírus, na tomografia apareceu uma média de 25% a 30% de lesão pulmonar provocadas pela denominada ‘tempestade inflamatória’ ocasionada pela doença. Se uma pessoa que não é fumante, foi contaminada pelo vírus e tem uma proporção tão grande e dependendo do caso, demora para se restabelecer, imagina em um fumante que já tem parte de sua capacidade pulmonar comprometida, como pode ser perigoso o somatório de uma lesão com tempestade inflamatória e a lesão fibrótica que ele já possui devido o fumo, correndo muito mais risco de vir a óbito e desenvolver a doença na sua forma mais grave”, pontuou o médico, acrescentando a importância da conscientização.

“O indivíduo que é fumante e persiste ainda no cigarro, em uma época de pandemia, caminha a passos largos para uma situação grave se for infectado. Porém o problema é tão sério que dependendo do tempo e da quantidade de cigarros que a pessoa utiliza diariamente, ela pode ter várias  enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório como,enfisema pulmonar e doenças cardiovasculares”, afirmou o pneumologista.

CONSCIENTIZAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA

O Inca informou que ao deixar de fumar, os benefícios à saúde são imediatos, pois após 12 a 24 horas sem fumar os pulmões já funcionarão melhor. Além de evitar aglomerações, lavar as mãos com água e sabonete ou usar álcool gel para higienizá-las, não compartilhar objetos pessoais e manter ambientes bem ventilados para prevenir o contágio pelo coronavírus, é muito importante parar de fumar.

PROGRAMA DE CONTROLE AO TABAGISMO CONTINUA MESMO COM PANDEMIA

Segundo a coordenadora técnica do Programa de Tabagismo de Barra Mansa, Bianca Arlindo, mesmo com a pandemia do novo coronavírus a Secretaria de Saúde, manteve os serviços oferecidos pelo programa. “O programa passou por readequação devido ao Covid-19. A abordagem cognitiva comportamental é realizada uma vez por semana durante dois meses. Depois de dois meses a reunião de manutenção é mensal, ao todo o tratamento dura um ano com nutricionista, psicólogos e enfermagem. Os pacientes que pararam de fumar estão recebendo atendimento de manutenção por telefone e consulta mensal com o pneumologista Dr. Pedro Fagundes.”, ressaltou a coordenadora, informando sobre as medidas de precauções adotadas durante os atendimentos.

A coordenadora informou que os atendimentos permanecem em grupo, porém com no máximo cinco pessoas por atendimento e com 1,5 metro de distância um tabagista do outro e com o uso de máscaras, além disso, fornecemos o álcool em gel.

AUMENTO DA PROCURA POR ATENDIMENTO

De acordo com a coordenadora, durante a pandemia houve um aumento na procura para tratamento correlacionado ao tabagismo “Como o tabagismo é um fator de risco e por ocasionar os sintomas mais graves do Covid-19, houve um aumento na busca por tratamento durante este período. É importante ressaltar também que, o fumante leva as mãos diversas vezes a boca e caso não as higienize para fumar, pode contrair o vírus mais rápido que os demais, tendo em vista, que fica mais tempo exposto sem o uso da máscara facial”, afirmou a Bianca Arlindo.

SE INSCREVA PARA O TRATAMENTO

Os interessados em se inscrever para o tratamento podem procurar o Centro de Referência Médica de Barra Mansa, localizado no Ano Bom. No momento, o programa de tabagismo encontra-se com 15 tabagistas em atendimento nessa nova modalidade, e segundo a coordenadora, para o próximo trimestre serão 100 cadastrados.

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