NOVA IORQUE
Esta semana o mundo poderá chegar a 20 milhões de casos registrados de Covid-19 e 750 mil mortes. A informação foi dada nesta segunda-feira, em Genebra, pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS.
Falando aos jornalistas, Tedros Ghebreyesus alertou que “por trás dessa estatística há muita dor e sofrimento”. O representante lembrou que cada vida perdida é importante e muitos sofrem neste “momento difícil para o mundo”.
Elementos essenciais
Ghebreyesus destaca haver esperança e que “nunca é tarde para reverter o surto” seja num país, região, cidade ou vilarejo. Para enfrentar a pandemia de forma eficaz, ele apontou que os elementos essenciais são líderes que intensifiquem as ações e cidadãos que adotem essas medidas.
O diretor do Programa de Emergências da OMS, Mike Ryan, respondeu a uma questão de um jornalista do Brasil ressaltando que o país continua tendo entre 50 mil e 60 mil casos por dia.
No total de infecções, o Brasil está em segundo lugar com mais de 3 milhões de casos depois dos Estados Unidos, com cerca de 5 milhões. Em terceira posição está a Índia, com um total de 2,1 milhões de infecções relatadas.
Sobre o Brasil, Ryan apontou que as Unidades de Tratamento Intensivo continuam lidando com a situação e destacou o “tremendo mérito” dos trabalhadores de saúde que já vêm atuando durante vários meses.
Ocupação
A taxa de ocupação hospitalar em vários lugares excede 80% e em outros 90%. Para o especialista, qualquer pessoa que trabalha nesse setor “reconhece as pressões e tensões desses indivíduos e suas famílias, que enfrentam uma “tarefa quase insustentável.”
Ryan disse que nesses cenários, a taxa de positividade à Covid-19 ainda é alta, e que em muitos casos está acima de 20%. Vários indicadores no Brasil apontam para um persistente nível de infecção comunitária e pressão sobre o sistema de saúde.
O diretor disse haver situações em que o aumento de casos chega a 10% e 11%, e que considerando os valores de base é “um número alto”. Para Ryan, o Brasil deve manter níveis sustentáveis diante do alto nível de epidemia.
Ele apontou que “a curva está achatando ligeiramente, mas não baixa” e que o “sistema está sob grande pressão”. Ryan ressaltou que o uso da hidroxicloroquina “não é solução e nem bala de prata”. O especialista destacou que é decisão soberana de cada nação decidir qual o melhor tratamento, mas observou que em vários estudos este remédio provou não ser um tratamento eficaz contra a Covid-19. Ryan recomendou o apoio do governo com atos, recursos e conhecimento para melhorar a atuação contra a Covid-19.
Em relação às vacinas, o diretor disse haver 32 em testes que passarão pelo mesmo rigor da fase três, e depois para a quarta. Ele sublinhou que a OMS acompanha esse processo e não emitirá “nenhum guia”, antes de ter certeza da eficácia de qualquer um destes produtos.
* Silas Avila Jr – Editor Internacional