SUL FLUMINENSE
O Indicador de Custos Industriais, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra os reflexos das variações do câmbio no aumento nas despesas das indústrias, no primeiro trimestre deste ano em âmbito nacional. O Indicador cresceu 2,4% em relação ao último trimestre de 2019. Essa variação ocorre, sobretudo, pelo aumento de 6,8% no custo dos insumos importados e de 7,9% no custo de óleo combustível.
O aumento de custos, influenciado pelo câmbio, indica ainda perda de lucratividade da indústria brasileira pois os custos aumentaram 2,4%, mais que o aumento de preço das mercadorias produzidas, 1%.
Por outro lado, a desvalorização do real aumentou a competitividade dos produtos brasileiros no exterior e no mercado doméstico. O preço, em reais, dos produtos manufaturados nos Estados Unidos aumentou 7,4%, enquanto o preço dos produtos manufaturados importados, em reais, teve um aumento de 6,1%. “Essa pesquisa mostra o impacto da valorização do dólar nos custos das indústrias, um fato que se intensificou neste ano. Ela mostra que a desvalorização da moeda brasileira aumenta a competitividade, mas também impõe custos à indústria”, avalia o gerente-executivo de Economia, Renato da Fonseca.
CAPITAL DE GIRO E SELIC
O custo com capital de giro cresceu 3,7% no primeiro trimestre de 2020, apesar de um recuo de 15% na média trimestral da taxa Selic, na comparação com o quarto trimestre de 2019. No primeiro trimestre de 2020, houve um aumento da inadimplência na carteira de crédito de capital de giro de pessoas jurídicas dos bancos, segundo o Banco Central, e grande aumento da incerteza e aversão ao risco, por conta da pandemia. Esses fatores podem explicar o maior custo com capital de giro da indústria.