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Comércio de Volta Redonda contabiliza prejuízo na pandemia

Por Idel Pinheiro
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VOLTA REDONDA


Na contramão da maioria das cidades do país, Volta Redonda foi a única cidade do Estado do Rio de Janeiro a manter o comércio fechado na última semana. A informação é da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro (FCDL-RJ).  A entidade pedia a reabertura imediata do comércio com base na redução da ocupação dos leitos de UTI, divulgada recentemente pelo governo municipal, retorno dos pacientes para o Hospital Regional e prevenção para evitar falência das empresas. A prefeitura comunicou que em consulta feita ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, houve a recomendação contrária a reabertura das atividades econômicas na cidade de forma imediata, seguindo assim a decisão judicial em vigor até o sábado, dia 11.
O pedido da prefeitura foi feito após a cidade viabilizar a abertura de mais dez leitos de UTI/CTI. Com isso, as atividades econômicas retornaram no município no domingo, dia 12.O governo ressalta que as atividades econômicas, com exceção às essenciais, foram fechadas diante de uma das metas condicionantes para a reabertura ter sido extrapolada. É que o município passou de 50% de ocupação dos leitos de UTI/CTI destinadas para tratamento da Covid-19.
Em nota divulgada na sexta-feira, 10, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro (FCDL-RJ) manifestou apoio à reabertura do comércio em Volta Redonda, na forma do que estabelece os protocolos de saúde pública e em respeito ao consumidor, aos trabalhadores e aos empreendedores.  “Registra-se que o comércio de Volta Redonda, com apoio da CDL da cidade, está preparado para o retorno do funcionamento seguindo as normas sanitárias vigentes, com campanha permanente de orientação sobre cuidados como uso de máscaras, álcool gel, entre outras medidas necessárias”, assina, o presidente da FCDL-RJ, Marcelo Mérida.
O comércio de Volta Redonda tem cerca de 10 mil estabelecimentos comerciais e o principal gerador de empregos do município. Antes da pandemia gerava em torno de 40 mil postos de trabalho, com o fechamento do comércio, esse número sofreu uma queda em torno de 20%, segundo os últimos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregado).
A estimativa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR) é de que pelo menos 200 empresas tenham fechado as portas definitivamente. “O comércio de Volta Redonda tem sido o único punido durante essa pandemia com esse acordo, mesmo cumprindo as medidas preventivas desde o início da flexibilização”, afirmou. Para Gilson, a economia caminha para a falência se houver mais algum fechamento. “Pelo menos 80% das empresas são micro e pequenas empresas que  já não têm condições de pagar aluguel, impostos, salários e outras despesas sem vender por um longo período como tem sido. Sem economia não há como gerar empregos e sem empregos não há como proteger vidas, se cria o caos’, afirmou.
Para a CDL-VR, a abertura do comércio precisa ter horário livre, para que se evite aglomerações. “Como temos falado desde o início, limitar horário é colocar as pessoas num mesmo período nas ruas. Quanto mais tempo as lojas funcionarem, mais espaçado, as pessoas irão ao comércio”, avaliou”.  Gilson lembrou que somando todo os dias que o comércio ficou fechado são quase 70 dias de portas fechadas e muitas empresas não têm estrutura para trabalhar apenas com delivery.
Além disso, esse tipo de serviço, segundo ele, não representa nem 30% do faturamento da maioria das lojas que apostaram nesse atendimento para não ficar sem vender. “Não há como sobreviver tanto tempo de portas fechadas. Precisamos mudar esses eixos, principalmente, o de casos suspeitos, porque a maioria não se confirma como Covid-19 e estamos no inverno, quando se aumenta o número de doenças respiratórias. O município também não pode ficar à mercê do Estado, tendo um hospital como o antigo Santa Margarida, com 40 leitos de alta complexidade, que estava sendo preparado para receber pacientes com o novo coronavírus, como foi anunciado pelo Poder Público, em abril deste ano. O município precisa investir em prevenção e em capacidade de atendimento da rede municipal de saúde”, afirmou.

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