BARRA MANSA
A violência contra os idosos no Brasil vêm aumentando. O fato pode estar relacionado ao maior número de pessoas nesse segmento da população, a criação dos canais de denúncias que facilitam a comunicação identificada ou anônima, através do Dique 100, ou ainda à reclusão social provocada pelo novo coronavírus. Para ajudar no combate a esse tipo de crime, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado neste dia 15 de junho.
O coordenador do CREAS de Barra Mansa (Centro de Referência Especializado em Assistência Social), Célio Carlos de Oliveira, explica sobre os diversos tipos de violência contra o idoso. “O CREAS é um órgão subordinado a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do município e como tal, também atua na conscientização das famílias e mediação de conflitos envolvendo maus tratos a idosos. A violência contra os idosos não se resume a agressões físicas. Ela pode ocorrer de várias formas. Os tipos mais comuns de violência incluem a física, como bater no idoso; a psicológica ou emocional, que faz o idoso sentir-se constrangido ou humilhado; a financeira, como no caso de familiares que utilizam os recursos dos idosos para si ou ainda usam o cartão bancário para empréstimos pessoais; a sexual; a patrimonial, que retira bens dos idosos. Em alguns casos chegam a tomar até o próprio quarto da pessoa. E por fim, a negligência, que retrata casos de abandono familiar, ou que impõem a responsabilidade sobre os cuidados com o idoso apenas a um filho”, detalhou.
Atos agressivos contra a pessoa idosa estão presentes em todos os segmentos da sociedade, segundo a Secretária de Assistência Social, Ruth Coutinho. “A violência está no ser humano. É fato que as limitações financeiras, assim como o uso de álcool e outras drogas, podem aflorar as situações abusivas e de agressões. O isolamento social da pessoa idosa necessário durante a pandemia é outro fator que precisa ser considerado, pois tem aumentado o índice de ansiedade e inquietude, principalmente nas pessoas maiores de 60 anos de idade”, disse Rutinha.
COMO DENUNCIAR A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
Ainda de acordo com o coordenador do Creas, Célio Carlos de Oliveira, as denúncias podem ser formalizadas por qualquer pessoa, por meio do Disque 100, canal direto do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, do Governo Federal; pelo 190 da Polícia Militar; pelo telefone (24) 3322-8796, da Vara do Idoso do Ministério Público; no CREAS pelo telefone (24) 3322-6534; ou diretamente na 90ª DP. As denúncias podem ser anônimas ou identificadas.
O fluxo de atendimento no CREAS segue os seguintes procedimentos:
O idoso em situação de violência física ou sexual é encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e os casos mais graves à Santa Casa. Se a vítima for do sexo feminino, o encaminhamento é direcionado ao Hospital da Mulher. Após o atendimento, é feito o registro de ocorrência na Delegacia e na sequência, exame de corpo delito no IML de Volta Redonda.
Nos demais tipos de violência, o CREAS faz a intervenção familiar e quando necessário, encaminha para a 90ª DP. O trabalho do órgão é pautado na busca por soluções criativas e saudáveis que façam cessar a violência.
O CREAS funciona de segunda à sexta-feira, na Rua Santos Dumont, 126, Centro. Durante o período de pandemia, o atendimento está sendo realizado de 9 às 16 horas.