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Visitantes do sistema prisional passarão por triagem; Degase também realiza adaptação estrutural

Por Carol Macedo
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NACIONAL/SUL FLUMINENSE

Visitantes, servidores públicos, advogados, defensores públicos e familiares de presos vão passar por uma triagem antes de entrar no sistema prisional. A decisão é do Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária do Departamento Penitenciário Nacional (Consej/Depen). A medida, que incluí a Cadeia Pública Franz de Castro Holzwarth, conhecida como Casa de Custódia, em Volta Redonda, e a Cadeia Pública de Resende, visa impedir que pessoas que manifestem sintomas como tosse ou febre entrem no sistema prisional, prevenindo a população carcerária de se infectar com o novo coronavírus (Covid-19). Em Volta Redonda, o Centro de Socioeducação Irmã Asunción de Lá Gándara Ustara, a unidade do Degase, também está realizando uma adaptação estrutural devido a pandemia.

“O Degase informa que está sendo realizada a adaptação estrutural dos alojamentos da quadra esportiva do Centro de Socioeducação Gelso de Carvalho do Amaral (Cense GCA), que é a principal porta de entrada do sistema socioeducativo da capital e da baixada, além da reserva de alojamentos nas demais unidades do estado destinados aos adolescentes que ingressarem no Degase”, disse em nota.

Segundo a assessoria da unidade, procurada pelo A VOZ DA CIDADE, todos os adolescentes que ingressarem no sistema serão recebidos de forma isolada dos outros que já se encontram internados e será realizada uma triagem inicial com equipe técnica de enfermagem, que estará de plantão 24 horas para analisar e acompanhar o estado de saúde dos jovens, com busca ativa para o coronavírus. “Havendo casos positivos, os adolescentes serão encaminhados para a rede de saúde pública, como protocolo. A quarentena dos ingressantes será de aproximadamente 14 dias(período de encubação) antes de serem encaminhados para outras unidades onde a medida socioeducativa será executada”, completou.

Ainda segundo o Degase, seguindo as recomendações decretadas pelo governo estadual, as visitas de familiares estarão momentaneamente suspensas pelo prazo de 15 dias. Neste período será mantido o recebimento de documentação e demais pertences pessoais autorizados para os socioeducandos.

NÃO HÁ CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS

Por enquanto, informou Sandro Abel, diretor de Políticas Penitenciárias do Depen, ainda não há casos suspeitos ou confirmados de coronavírus nos presídios do país. Ele explica que o sistema penitenciário brasileiro abriga hoje cerca de 770 mil presos. “A preocupação não é somente com os presos, mas com todos os servidores do sistema prisional, disse o diretor.


As visitas, neste momento, não serão proibidas”, disse, completando: “Não é nossa decisão, de imediato, fechar as unidades prisionais. Essa não é uma medida prudente. A medida prudente, neste momento, é a de controle da situação, das pessoas que estão dentro das unidades e das pessoas que vão visitá-los. Dentro das unidades temos pessoas vulneráveis, como pessoas idosas, pessoas portadoras de tuberculose e portadores de HIV, além de outras patologias. Por isso, de imediato, vamos ter o controle das entradas de qualquer visitante que vai desde juiz e promotor, a um oficial de Justiça, delegado de polícia, membros de comunidades religiosas e principalmente os familiares”, explicou Pedro Eurico, secretário da Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco e presidente do Consej.

MEDIDAS

Entre as medidas anunciadas estão a distribuição de álcool gel e o acompanhamento, com uma triagem, na entrada das unidades. “Se alguém da área de saúde detectar algum tipo de tosse, gripe ou manifestação que indique suspeita de contaminação, evidentemente que vamos tomar as providências”, disse o presidente do Consej.

“Todos os estados recebem milhares de pessoas [visitantes nas unidades prisionais]. Não vamos ter condições de fazer o levantamento de todas as pessoas. Mas vamos fazer uma amostragem e, inclusive, tentar detectar. Se encontrarmos alguém com febre ou com sinais exteriores de coronavírus, evidentemente que essa pessoa não vai entrar na unidade”, disse Pedro Eurico.

Segundo Nivaldo Restivo, secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, o primeiro momento será o de prevenção. Mas outras medidas serão tomadas caso a contaminação se alastre dentro dos presídios. “O que se fará é essencialmente algo preventivo para que o sistema permaneça exatamente como hoje se encontra. Na possibilidade de contaminação, essa pessoa privada de liberdade [no estado de São Paulo] será isolada na enfermaria da unidade prisional e a Vigilância Epidemiológica será avisada. Esse preso não receberá visita. E os servidores de saúde e de segurança que tiveram contato com ele, passarão a utilizar mecanismos de controle como luvas descartáveis, máscaras, etc”.

“A primeira medida é de prevenção. Na ocorrência de algum caso, isolamento do preso. Na ocorrência de mais de um caso, tentar fazer essa contenção na unidade prisional em uma outra cela, por exemplo”, destacou Restivo, reforçando que a ideia é tratar o preso dentro da própria unidade, embora isso possa variar nos estados brasileiros.

NOTA CONJUNTA

Os representantes de 24 estados que participaram da reunião do Consej/Depen elaboraram uma nota conjunta, com orientações para os estados. Na nota, eles manifestam preocupação com a pandemia de coronavírus (Covid-19) e “recomendam aos estados que, de forma célere, adotem medidas de controle e prevenção amplamente divulgadas pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias estaduais de Saúde”. Eles também recomendam a vacinação contra a gripe [que não engloba vacina contra coronavírus] dos presos já no primeiro grupo de risco.

Na nota, eles alertaram sobre a grande concentração de pessoas em ambientes prisionais, mais vulneráveis ao contágio. “Neste sentido, recomenda-se redobrada atenção às medidas preventivas de higiene e controle, principalmente em relação aos visitantes, familiares de presos, servidores públicos, advogados, defensores e demais pessoas que necessitem adentrar a estabelecimentos prisionais”, diz a nota. (Fonte Agência Brasil).

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