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Mais de um terço dos refugiados reassentados pelo Acnur foram recebidos pelos EUA

Por Andre
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NOVA IORQUE

Os Estados Unidos da América (EUA) foram o país que mais receberam requerentes de asilo numa iniciativa de reassentamento implementada pela Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, no ano passado.

De acordo com relatório da entidade, pelo menos 21.159 pessoas chegaram ao território americano em operações intermediadas pela agência, em 2019. Em segundo lugar aparece o Canadá com cerca de 9 mil pessoas, seguido por Reino Unido com mais de 5,5 mil beneficiários. A lista inclui Suécia e Alemanha.

Refugiados somalis embarcam em um voo do Quênia, para a Suécia, onde em breve serão reassentados. Foto: ©Acnur/Sebastian Rich

Dados

A maioria dos refugiados, 47% dos 63 mil candidatos reassentados, saiu da Síria. Depois dos sírios, o programa acolheu pessoas da República Democrática do Congo e de Mianmar, a antiga Birmânia.

O Acnur chama a atenção para a “enorme diferença” entre as necessidades de reassentamento e o número de locais que são oferecidos pelos governos de todo o mundo.

No ano passado, a entidade atendeu somente cerca de 4,5% dos 1,4 milhão de refugiados que precisavam de apoio urgente em nível global. O número corresponde a 63.695 beneficiados em 29 países.

Para esse ano, a expectativa é que 31 nações reassentem até 70 mil refugiados com o apoio da agência das Nações Unidas. Este dado continua sendo preocupante por cobrir uma pequena proporção da resposta necessária.

Proteção

A agência destaca que houve um aumento de 14% no número de refugiados reassentados em 2019, em comparação ao ano anterior.


De acordo com a diretora de Proteção Internacional do Acnur, Grainne O’Hara, o reassentamento não é uma solução para todos os refugiados do mundo. “O que está sendo feito é uma medida essencial para garantir a proteção daqueles em maior risco e cujas vidas dependem desse tipo de operação”, comentou.

Para o Acnur, deve haver mais oportunidades de reassentamento de refugiados e outras vias para que estes sejam admitidos nos países. Entre elas estão o reagrupamento familiar, as rotas de trabalho e de estudo que estão previstas no Pacto Global sobre Refugiados.

Para a agência esta é uma maneira concreta de partilhar as responsabilidades entre os países. Outro pedido da entidade é que haja mais solidariedade com as nações anfitriãs que apoiam as populações refugiadas.

Reassentamento

Em 2019, o Acnur criou a estratégia trienal sobre reassentamento e vias complementares em parceria com governos, organizações não-governamentais e da sociedade civil.

A ideia é atuar em conjunto para aumentar o número de locais de reassentamento e as admissões, além de expandir o número de países que oferecem esses programas.

As prioridades do Acnur para este ano incluem aumentar locais de reassentamento e países que admitem refugiados e outras vias complementares, além de garantir maior rigor no programa de reassentamento.

Para a iniciativa de reassentamento sustentável e vias complementares em parceria com a Organização Internacional para Migrações (OIM) a agência precisa de US$ 19,9 milhões para o sucesso das suas operações.

* Luciano R. Pançardes – Editor Chefe

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