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Eletronuclear recebe componente de grande porte para Angra 3

Por Idel Pinheiro
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ANGRA DOS REIS


A Bardella iniciou o transporte do carro do semipórtico de Angra 3, um dos equipamentos de maior dimensão da usina. No dia 25, o chamado carro principal, a maior de duas peças, saiu da unidade da empresa em Guarulhos (SP) em direção à central nuclear de Angra. O transporte da segunda peça, o carro auxiliar, deve começar nos próximos dias. A expectativa é de que os componentes cheguem a seu destino até o final da semana que vem. Concluído em 2015, o semipórtico estava armazenado no município paulista.
Instalado durante a montagem eletromecânica, o equipamento ficará localizado na estrutura externa adjacente ao edifício do reator. Sua função é içar os equipamentos pesados do circuito primário – incluindo o reator, os geradores de vapor, o pressurizador e bombas de refrigeração principal –, além de itens associados, até a plataforma de acesso ao interior do prédio do reator.
O carro principal terá capacidade de içamento de 500 toneladas durante a montagem eletromecânica. Após o início da operação da unidade, a capacidade passará para 180 toneladas. Já o carro auxiliar terá capacidade de içar 40 toneladas.
O chefe do Departamento de Engenharia Mecânica da Eletronuclear, Vagner Caçador Rubim, ressalta que o semipórtico é essencial para a montagem eletromecânica de Angra 3. “Sem o semipórtico, não é possível realizar a montagem dos principais equipamentos do circuito primário. Depois de um longo trabalho de equacionamento de questões contratuais com a Bardella, finalmente conseguimos transportá-lo até o canteiro de obras, onde ficará armazenado aguardando o reinício da construção da usina”, comenta.
COMPLEXIDADE
O procedimento de transporte é bastante complexo, devido às dimensões dos componentes. O carro principal pesa 53 toneladas e tem 12,4 metros de comprimento, 5,2 metros de largura e 4,3 metros de altura. Já o auxiliar pesa 38 toneladas e tem 12,4 metros de comprimento, 5,4 metros de largura e 4,4 metros de altura.
Por conta do excedente lateral das peças, o transporte depende de autorização especial do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ) para ser realizado. Além disso, precisa ser efetuado em horários pré-definidos, com velocidade máxima controlada e a escolta de carros batedores, com a devida liberação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O superintendente de Gerenciamento de Empreendimentos da Eletronuclear, Carlos Ferreira, afirma que o transporte do semipórtico é um marco para Angra 3 e demonstra que, apesar de as obras da unidade estarem interrompidas, a empresa não está parada. “A Eletronuclear está trabalhando para agilizar todos os preparativos para a retomada da construção da usina, essencial à segurança e estabilidade do Sistema Interligado Nacional”, ressalta.
A conclusão de Angra 3 é uma das prioridades do governo federal na área de geração de energia. Por isso, no ano passado, o empreendimento foi incluído no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A Eletronuclear contratou o BNDES para fazer uma avaliação independente dos modelos propostos para a retomada da construção da usina. Esse trabalho irá subsidiar o comitê do PPI em suas decisões sobre o empreendimento.

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