PARATY
O delegado titular da 167ª Delegacia de Polícia (DP), Marcelo Russo, confirmou ontem ao A VOZ DA CIDADE que Dara de Almeida Santos de Souza, de 25 anos, já está sabendo da morte dos filhos e prestou, segunda-feira, 27, o seu primeiro depoimento a Polícia Civil. As crianças, sendo duas meninas e um menino de quatro, cinco e sete anos, morreram na sexta-feira, dia 24, após a residência onde estavam com a mãe ser incendiada de forma criminosa. Dara recebeu alta médica no final da tarde de ontem.
De acordo com Marcelo Russo, o homem teria dito que tinha ciúmes de Dara e que queria viver só com ela.
Questionado, Russo explicou que a investigação segue sob segredo de Justiça e que a mãe tomou conhecimento das mortes por meio da imprensa. O pai dela chegou a dizer ao jornal Extra (em entrevista divulgada segunda-feira) que a mesma, até então estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), só saberia da tragédia após receber alta para um quarto, “mas com a repercussão do assunto, a jovem acabou descobrindo antes”, contou o delegado.
No mesmo dia, a Justiça aceitou o pedido do delegado de conversão de prisão em flagrante para prisão preventiva do padrasto. A decisão ocorreu em audiência de custódia na Cadeia Pública Franz de Castro (Casa de Custódia), em Volta Redonda, pra onde o acusado foi encaminhado no sábado, dia 25, após intenso clamor popular em frente à sede da 167ª DP de Paraty. No pedido, Marcelo Russo alegou: garantia de ordem pública, pelo fato do homem ser considerado perigoso; instrução processual penal, para não atrapalhar nas investigações e aplicação de lei; e impedimento de fuga.
Ele será encaminhado ainda esta semana para uma penitenciária do Rio de Janeiro. “E aguardará o julgamento da sentença preso”, destacou. o delegado.
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
Marcelo Russo já ouviu sete testemunhas e quando colheu depoimento do padrasto, o mesmo não chorou e nem mostrou arrependimento. “Ele teria premeditado o crime por ciúme, pois queria ter Dara só pra ele. Tanto que ele a colocou no banheiro da casa”, disse o policial.
O homem deverá responder por triplo homicídio, tentativa de feminicídio e por ter provocado incêndio em local habitado. A pena pode passar de cem anos.
CRIME
A mãe e os três filhos estavam em casa, no bairro Ilha das Cobras, quando o imóvel, por volta das 6h30min, de sexta-feira, pegou fogo. Os três filhos de Dara morreram na hora e ela, foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para o Hospital Municipal de Paraty, onde se recupera.
Na ocasião, vizinhos sentiram um forte cheiro de fumaça e vários gritos de socorro. Eles chegaram a jogar baldes com água, até a chegada dos bombeiros, mas o fogo logo se alastrou.
Horas depois, Marcelo Russo colheu depoimento do padrasto das crianças. Ele, no entanto, foi contraditório em suas versões, chamando atenção do delegado, que logo descobriu o crime.