SUL FLUMINENSE
Os preços de produtos e serviços controlados, administrados ou considerados essenciais, como energia, transporte, educação, remédios, médicos, hospitais e combustíveis subiram além da inflação nos últimos 20 anos, segundo a Nota Econômica 14, emitida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base na evolução dos componentes do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Conforme o estudo, de agosto de 1999 a março de 2019, a inflação subiu 240%. Neste período, a cesta de serviços médicos e hospitalares foi a que mais subiu e acumulou um aumento de 374%, depois aparece energia elétrica (358%) e transporte público (352%). “Os dados confirmam que o mercado regula melhor os preços do que a intervenção do governo”, destaca o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Branco.
Para a economista Gláucia Madureira, a população sente os reflexos no orçamento. “Os moradores do Sul Fluminense assim como das demais localidades do país enfrentam as oscilações da inflação há anos. O orçamento familiar é afetado, sobretudo com serviços de saúde, plano de saúde. Os dados só reforçam a importância da educação financeira eficiente reduzindo o impacto nas finanças”, comenta.
A nota da CNI informa ainda que a educação formal teve alta de 340%, ficou em quarto lugar. Enquanto isso, os valores dos televisores tiveram uma queda de 57% e os dos microcomputadores diminuíram 66% nos últimos 20 anos. Outros produtos industrializados, como os celulares, que subiram 132%, e os automóveis, cuja alta foi de 44% nos últimos 20 anos, tiveram aumentos inferiores à inflação do período. “Os bens manufaturados que passaram por processo de inovação tecnológica, que geraram ganhos de eficiência produtiva e são expostos ao comércio internacional e competição de mercado, apresentaram forte queda de preço real e, em alguns casos, nominal”, afirma o estudo.
Na avaliação da CNI, a perda de valor dos produtos industrializados reduziu a receita da indústria brasileira, pois os preços de alguns insumos, como energia, transporte público e combustíveis, subiram muito mais que a inflação, elevando os custos de produção.